Integrado este ano leque de modalidades paralímpicas, o futebol com muletas estreia-se nos jogos de 2016, no Brasil, informou hoje à Angop, em Luanda, o secretário-geral do Comité Paralímpico Angolano (CPA), António Manuel da Luz.
O responsável explicou que a decisão foi tomada durante o congresso da Federação Mundial de Futebol para Amputados, à margem do campeonato do mundo disputado em Outubro último na Argentina, onde Angola ocupou a 9ª posição.
Disse que a modalidade fará parte do programa da maior competição desportiva mundial para portadores de deficiências na condição experimental, numa altura em que decorrem negociações com o Comité Paralímpico Internacional (IPC) para que a presença do futebol com muletas nestes jogos seja regular.
António da Luz, que representou Angola na reunião do IPC, na Argentina, disse que os membros deste órgão internacional estavam convencidos de que a muleta constituía perigo para a integridade física do praticante, na eventualidade de se partirem durante o jogo, mas que a vivência competitiva provou exactamente o contrário.
O responsável indicou que foram feitos estudos e ficou provado que a muleta não constitui perigo, acrescentado que se estuda a possibilidade de se revestir àquele mecanismo com um material flexível (uma espécie de esponja mais dura) para maior segurança.
Acrescentou que a nova muleta profissional, que no jogo não pode ter contacto propositado com a bola (é considerado gesto faltoso), terá uma base onde se vai colocar a bandeira dos respectivos países ou, no caso de necessidade, o logótipo de alguma marca ou instituição patrocinadora da competição em disputa.
O futebol com muletas é jogado por sete atletas por cada equipa, todos amputados de um dos membros inferiores. Com substituições ilimitadas, os guarda-redes são os únicos deficientes de um dos membros superiores.
A partida tem 50 minutos em dois períodos de 25 cada e é ajuizada por dois árbitros, num campo com dimensões mínimas de 60 metros de comprimento e 38 de largura. A muleta não pode tocar na bola de forma intencional.
Os jogos paralímpicos foram realizados em Stoke Mandeville, na Inglaterra, em 1948, mas a competição de Roma, em 1960, foi considerada pelo Comité Paralímpico Internacional como o primeiro grande evento que reuniu 400 atletas de 23 países.
Desde então, o número de atletas e modalidades não parou de crescer e em 2004 contabilizou-se quatro mil atletas e 143 países nos Jogos de Atenas, em 2004, onde Angola conquistou três medalhas de ouro e respectivos recordes nos 100, 200 e 400 metros por José Sayovo.