Atentado no centro de Beirute pode estar relacionado com a guerra na Síri

Atentado no centro de Beirute pode estar relacionado com a guerra na Síri

Um atentado com uma viatura armadilhada no bairro cristão de Ashrafieh, situado no centro de Beirute, capital do Líbano, provocou pelo menos 8 mortos e 78 feridos.

A explosão ocorreu perto da sede da secretaria-geral da coligação 14 de Março que é liderada pelo ex-primeiro-ministro Rafik Hariri. O canal MTV noticiou, por seu lado, que a explosão ocorreu a 200 metros da sede do partido Falange Libanesa.

As imagens difundidas pela Al-Jazira mostram vários carros destruídos pela violência da explosão, a fachada de um prédio completamente desmoronada e várias colunas de fumo que sobem de pequenos incêndios entre os escombros.

O bairro de Ashrafieh é uma zona residencial e comercial muito movimentada da capital libanesa. A explosão ocorreu há hora de ponta e numa altura em que muitos pais vão buscar os filhos à escola.

Desconhece-se para já os motivos do atentado, que não foi reivindicado. A tensão no Líbano tem vindo a aumentar à medida que aumenta a intensidade do conflito na vizinha Síria. A mesma divisão étnica que inflama a guerra na Síria também provocou focos de violência do outro lado da fronteira.

Há duas semanas, o partido-milícia libanês Hezzbolah que mantém boas relações com a cúpula do governo de Bashar al-Assad, reconheceu a presença de alguns dos seus membros em território sírio.

A Falange Libanesa é um partido cristão da oposição que é hostil ao regime de Assad.

“Isto faz-me lembrar os atentados durante a guerra civil (1975-1990) e durante o período do pós-guerra”, desabafou uma enfermeira, Rahmé, que estava no local a socorrer os numerosos feridos.

O último atentado na região de Beirute ocorreu em Janeiro de 2008, quando um oficial dos serviços secretos libaneses, o capitão Wissam Eid, foi assassinado num atentado com uma viatura armadilhada.

Entre 2005 e 2008, o Líbano foi palco de uma série de assassinatos de personalidades, na sua maioria hostis ao regime de Damasco.