Papa lembra «mártires» contemporâneos que imitam Jesus

Papa lembra «mártires» contemporâneos que imitam Jesus

O Papa recordou hoje no Vaticano os cristãos perseguidos em vários países, numa catequese dedicada às celebrações do Tríduo Pascal, que se iniciam esta quinta-feira.

“Ainda hoje há tantos homens e mulheres, verdadeiros mártires, que oferecem a sua vida com Jesus para confessar a fé, apenas por este motivo. É um serviço, o serviço do testemunho cristão até ao derramamento de sangue”, disse, durante a audiência pública semanal que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

O Tríduo Pascal “da paixão, morte e ressurreição de Cristo” foi apresentado por Francisco como o momento culminante de “todo o ano litúrgico” e da “vida cristã”.

As celebrações começam na tarde de quinta-feira, com a Missa da Ceia do Senhor, na qual se comemora a instituição da Eucaristia e o lava-pés, um “gesto profético” de Jesus que, segundo o Papa, “manifesta o sentido da sua vida e da sua paixão, como serviço a Deus e aos irmãos”.

“Se vamos receber a santa Comunhão sem estar sinceramente dispostos a lavar os pés uns aos outros, não reconhecemos o Corpo do Senhor”, precisou.

Francisco afirmou depois que a liturgia de Sexta-feira Santa recorda o “mistério da morte de Cristo”, com a adoração da cruz.

“Ao longo dos séculos, houve homens e mulheres que com o testemunho da sua existência refletiram um raio deste amor-perfeito, pleno, incontaminado”, acrescentou.

Nesse sentido, evocou o martírio do padre italiano Andréa Santoro, missionário na Turquia que foi assassinado em Trebisonda, no dia 5 de fevereiro de 2006.

“Este exemplo e tantos outros nos apoiem ao oferecer a nossa vida como dom de amor aos irmãos, imitando Jesus”, apelou.

O Papa falou depois do Sábado Santo como o dia em que a Igreja “contempla o descanso de Jesus no túmulo, após o vitorioso combate da cruz”, convidando os cristãos a manter viva a fé, como Maria, mesmo perante a “escuridão”.

“Sabemos que a noite é mais noite e é mais escura pouco antes de começar o dia. Mas precisamente nessa escuridão está Cristo, que vence”, referiu.

Francisco apresentou, por isso, a Vigília Pascal como a celebração da ressurreição de Jesus, “centro e fim do cosmos e da história”, uma festa de esperança “de quem se abre a um presente cheio de futuro”.

“A nossa vida não acaba diante da pedra de um sepulcro, vai mais além, com a esperança”, observou.

Os cristãos, prosseguiu, são “chamados a ser sentinelas da manhãs, que saibam discernir os sinais do ressuscitado”.

Aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa desejou “um Tríduo Pascal verdadeiramente santo” que os ajude “a viver a Páscoa, cheios de alegria, consolação e esperança, como convém a quantos ressuscitaram com Cristo”.

“Boa Páscoa”, concluiu.