Papa pede a jovens e casais que aproveitem férias ao serviço dos mais necessitados

papBento XVI pediu hoje aos jovens e recém-casados para aproveitarem o tempo de férias, no dia em que dirigiu uma saudação aos peregrinos portugueses de São João da Madeira.

Na audiência geral concedida aos milhares de fiéis reunidos na Sala Paulo VI, no interior do Vaticano, o Papa desejou que o tempo de repouso seja para os jovens "uma ocasião para experiências sociais e religiosas úteis".


Dirigindo-se aos casais que recentemente celebraram o sacramento do Matrimónio, Bento XVI desejou que as férias constituam uma oportunidade para o "crescimento" da união conjugal e "aprofundamento" da sua missão "na Igreja e na sociedade".


"Desejo também que a vós, caros doentes, não faltem durante estes meses estivais a proximidade dos entes queridos", disse.


A catequese de hoje retomou a análise aos escritos bíblicos atribuídos a São Paulo, tendo-se detido no "Hino Cristológico" da Carta aos Filipenses, texto redigido na prisão onde o apóstolo lega o seu "testamento espiritual".


A realização pessoal não reside "no poder ou na autossuficiência" mas no esvaziamento de si, frisou o Papa, que abordou a "coragem" de São Paulo diante do "martírio" que estava próximo.


Os cristãos são chamados a imitar o "amor, a humildade" e a "obediência a Deus" que caracterizaram a vida de Cristo, que recusou "impor o seu poder" mas assumiu "a condição humana marcada pelo sofrimento e a morte, tornando-se escravo ao serviço dos outros até ao sacrifício supremo", ou seja, a morte.


O Papa sublinhou a necessidade de "adotar uma escala de valores cujo primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a própria vida".


"A nossa oração é feita de silêncio e de palavra, de canto e de gestos que envolvem a pessoa toda: da boca à mente, do coração ao corpo inteiro", referiu Bento XVI, acrescentando que a "alegria" é uma "característica fundamental" da espiritualidade cristã.


Na alocução aos fiéis lusófonos, Bento XVI saudou os "amados peregrinos" de São João da Madeira, no norte de Portugal.


"Possa esta vossa vinda a Roma cumprir-se nas vestes de um verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir ainda o seu Bem maior, se põe a caminho, decidido a encontrá-lo. Sabei que Deus Se deixa encontrar por quantos assim O procuram; com Ele, a vossa vida não pode deixar de ser feliz", afirmou, antes de abençoar os fiéis e as suas famílias.


Os católicos assinalam esta sexta-feira uma das suas solenidades mais importantes, a evocação dos apóstolos São Pedro e São Paulo, recordados "de modo particular" em Roma, "onde ensinaram, deram testemunho e sofreram o martírio em nome de Cristo".


"A visita aos seus túmulos seja para todos ocasião de consolidação na fé, na esperança e no amor", disse o Papa em húngaro, depois de ter saudado os peregrinos de vários países, entre os quais se encontrava uma delegação ecuménica de líderes cristãos da Coreia do Sul.


Quarenta e quatro arcebispos metropolitas de vários pontos do globo, incluindo sete brasileiros e um angolano, estão hoje no Vaticano para receber das mãos do Papa o palio, insígnia litúrgica de "honra e jurisdição" da Igreja Católica constituída por uma tira de lã branca com seis cruzes negras, que repousa sobre os ombros, deixando duas faixas pendentes sobre o peito e uma sobre as costas.


Font:RJM