Executivo analisa onda de greves no país e considera legítima a defesa de melhores condições salariais

Executivo analisa onda de greves no país e considera legítima a defesa de melhores condições salariais

O Executivo angolano considera legítima a defesa de melhores condições de trabalho e salariais, como contrapartida pela prestação de um melhor serviço ao público, informou nesta terça-feira, em Luanda, o Vice-presidente da República, Bornito de Sousa.

O Vice-presidente, em representação do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, orientou a reunião de trabalho do Executivo com os representantes de organizações sindicais, para diagnosticar as principais questões susceptíveis de gerar manifestações de greve, identificar medidas para tratamento destas, informar aos parceiros sociais sobre as acções em curso para melhoria do ambiente socioeconómico e a qualidade de vida das populações.

O Vice-presidente reiterou que o Executivo, no seu programa de governação 2017-2022, prevê melhorar a qualidade dos serviços públicos e o desenvolvimento profissional dos efectivos, através da implementação de programas que constam no Plano de Desenvolvimento Nacional.

Acrescentou ainda que serão tomadas medidas, no sentido de se valorizar mais as remunerações das formações técnicas e profissionalizantes, sobretudo as não universitárias.

Essa medida, referiu Bornito de Sousa, vai contrapor a prática actual que promove a corrida, por todos os meios, pela busca de cargos de direcção e chefia e de títulos universitários que nem sempre correspondem aos conhecimentos ou capacidades e valências reais dos seus titulares.

Por outro lado, informou que o contexto económico e social mundial dos últimos quatros anos e, em especial a queda do preço do petróleo, principal fonte de recursos da economia nacional, colocaram Angola numa situação de crise económica e financeira.

A situação da crise derivada pela baixa do petróleo, segundo Bornito de Sousa, contribuiu em grande medida para que não fosse possível assegurar alguns dos legítimos anseios dos trabalhadores, quer no sector público administrativo, empresarial e privado.

Salientou que o cenário de crise económica que o país atravessa determinou, no passado, constrangimentos como o congelamento do aumento e do reajustamento das remunerações dos funcionários públicos e agentes administrativos, limitou novos recrutamentos e a promoção do pessoal já em funções, assim como a estabilidade da relação laboral e criação de novos empregos.

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