Anunciada realização do censo da população com albinismo em Angola

Anunciada realização do censo da população com albinismo em Angola

Realizou-se nesta Quinta- Feira no Cefojor a primeira conferência nacional sobre o albinismo.

Presentes no acto a Secretaria do Estado da Acção Social Família E Promoção da Mulher e a secretaria do estado dos Direitos Humanos e Cidadania anunciaram o censo das pessoas com albinismo em Angola por formas a permitir que esta franja da populaça tenha acesso aos serviços de saúde inerentes à sua condição biológica e apelaram o combate contra a descriminação.

Ruth Mixinge e Ana Celeste Januário que falavam durante a Primeira Conferência Nacional sobre o Albinismo em Angola disseram que o projecto-piloto de recenseamento que já decorre nas três províncias vai estender-se ao resto do país.

Todos os dias, por onde quer que passem, há quem "tire onda" da sua alteração genética e falta de pigmentação. Em vários cantos do mundo, em particular em Angola, os albinos continuam a ser alvos de preconceitos racial e social.

Conviver com pessoas desse "grupo racial", sobretudo em África, ainda é uma questão incómoda para muitos, embora se saiba que nascer albino não configura pecado mortal.

A relação com albinos chega a atingir níveis insustentáveis em países como Tanzânia, Quénia e África do Sul, onde os mesmos temem pela vida.

Estima-se que, nestes países, o corpo de um cidadão albino rende cerca de USD 350 mil, dinheiro que a maioria das pessoas da África Oriental não chega a ganhar em toda a vida.

Só a título ilustrativo, na Tanzânia, pelo menos sessenta pessoas foram, oficialmente, tidas como vítimas de bandos criminosos, número que, na realidade, pode ser superior.

Dados das Nações Unidas e da OMS referem que um em cada 18 mil cidadãos no mundo tem um tipo de albinismo, taxa que, nalgumas regiões de África, pode ser de um para cada mil e 500.

É também no continente africano onde a discriminação e a perseguição aos albinos são mais acentuadas, atingindo, muitas vezes, níveis macabros.

São exactamente três as questões mais prementes que os albinos no mundo enfrentam. Dificuldades Visuais, doenças cutâneas sobretudo feridas ou cancros na pelos quais se junta a questão cultural que tem a ver com a descriminação, a reportagem que vamos acompanhar é do João Vissesse.