PGR diz que generais Dino e Kopelipa eram donos mais de 300 imóveis

PGR diz que generais Dino e Kopelipa eram donos mais de 300 imóveis

A Procuradoria-Geral da República tornou público nesta Quinta-feira que os generais Leopoldino Fragoso “Dino” e Hélder Viaira Dias “Kopelipa”, detinham sob sua tutela mais de trezentos imóveis em Luanda, entre edifícios, vivendas e outras infra-estruturas, todas construídas com o dinheiro do Estado.

De acordo com a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), tutelada pela Procuradoria-Geral da República (PGR),  existem "fortes indícios" de que os dois generais "te­nham beneficiado dos negócios do Estado angolano com a empresa China International Fund (CIF)".

Os implicados terão "beneficiado dos contratos que o Estado celebrou com o CIF, no âmbito do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional".

À época, Leopoldino do Nascimento era o chefe das Comunicações do Presidente José Eduardo dos Santos e Hélder Vieira Dias Júnior ministro de Estado e chefe da Casa Militar (actual Casa de Segurança), também na governação de José Eduardo dos Santos.

Ambos gozam de imunidade e não podem ser presos, preventivamente, antes do despacho de pronúncia, na fase de instrução contraditória.

Segundo a Lei angolana, os oficiais generais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e comissários da Polícia Nacional (PN) não podem ser presos sem culpa formada, excepto em flagrante delito, por crime doloso punível com pena de prisão superior a dois anos.

A audição dos dois antigos colaboradores de José Eduardo dos Santos na DNIAP enquadra-se na estratégia de combate à corrupção em Angola, que constitui a bandeira do mandato do Presidente João Lourenço (2017/2022).

No âmbito desta estratégia, várias figuras mediáticas e antigos servidores do Estado têm sido investigados pela justiça, sendo que alguns já foram condenados por prática de peculato, branqueamento de capitais e outros crimes.

Leopoldino do Nascimento foi ouvido pela PGR, nesta Terça-feira 13 de Outubro e Helder Vieira Dias, foi Ouvido esta Quarta-feira 14 de Outubro, pela Procuradoria-Geral da Republica, para esclarecimento dos indícios de crimes de burla, falsificação de documentos e tráfico de influências.