Mbanza Congo a caminho da UNESCO

Mbanza Congo a caminho da UNESCO

A coordenadora do projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”, Sónia da Silva Domingos, afirmou, que 82 por cento das acções tendentes à inscrição da cidade de Mbanza Congo no património mundial da humanidade foram já executadas pelo Executivo angolano, através do Ministério da Cultura.

Identificados os bens culturais, o Ministério da Cultura vai agora indicar os referidos locais e justificar o porquê da escolha desses bens, assim como a sua importância no passado e presente.

Entre os bens culturais a serem submetidos à UNESCO e que constituem parte do mosaico histórico-cultural da antiga capital do reino do Congo, Sónia da Silva Domingos mencionou o antigo Palácio Real (actual Museu dos Reis do Congo), a árvore sagrada Yala Nkuwu, o Lumbu (tribunal consuetudinário), as missões católica e e­vangélica, o Kulumbimbi (antiga Sé Catedral), o Cemitério dos Reis do Kongo e o Túmulo da Dona Mpolo (mãe de um dos reis, enterrada viva por desobediência às ordens da corte).  A coordenadora do projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar” adiantou que estão a decorrer também os trabalhos de prospecção geofísica, executados por uma empresa angolana contratada pelo Ministério da Cultura.

Sónia Domingos, que falava à Angop, no quadro de uma jornada de trabalho de três dias a Mbanza Congo de técnicos do Ministério da Cultura, acompanhados de um perito da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), sublinhou que, neste momento, os trabalhos que visam elevar esta histórica cidade a património mundial se circunscrevem aos estudos cartográficos. “A comissão do projecto já identificou os bens culturais que vão estar dentro de um perímetro de protecção e que, posteriormente, vão ser classificados a nível nacional e servirão depois para a inscrição na lista do património mundial”, informou.

De acordo ainda com a responsável, ultrapassada esta fase, segue-se a de elaboração dos estudos cartográficos dos sítios e monumentos históricos, assim como a delimitação da zona de protecção desses bens culturais, devido à pressão demográfica.

 “Há uma empresa que está a proceder aos trabalhos geofísicos por radar para ver as estruturas que estão abaixo do solo. A recolha dessas imagens vão permitir saber que estruturas eram essas, de modo a incluí-las no perímetro que vamos definir”, concluiu.