O "precursor da música infantil" de Mamborró

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A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, disse ontem, em Luanda, que o falecimento do artista e compositor de José Machado, “Mamborró”, ocorrido na quinta-feira, deixa um grande vazio na música angolana, em particular, e na cultura, em geral.

Numa nota de condolências, Rosa Cruz e Silva destaca o artista como uma das “figuras emblemáticas da música infantil”, das décadas de 80 e 90, quando se evidenciou na canção infantil, consagrando-se em 1987 vencedor do “Top dos Mais Queridos” e “Top dos Cinco”.

O seu desaparecimento “empobrece o universo artístico nacional, deixando um grande vazio, só mitigado pelo valor intelectual da sua obra”, que fica indelével nos marcos históricos de Angola. “Foi com profunda dor e consternação que tomei conhecimento do passamento físico do músico, José Machado ‘Mamborró’. Nesta hora de luto, consternação e dor profunda, endereço à família enlutada e à classe artística os mais profundos sentimentos de pesar”.

Belmiro Carlos, secretário-geral da União dos Artistas Angolanos e Compositores (UNAC), disse que a morte do músico e compositor Mamborró constitui uma “perda irreparável”, por ser um dos precursores da música angolana moderna. “Ele tinha características próprias de se apresentar e de estar palco, tendo influenciado várias gerações de músicos”.

Apesar de o músico ter no mercado apenas o disco “Um Pouco de Mim”, editado em 2007, “deixa um legado importante para a música angolana infantil”.

Antigos cantores infantis dos anos de 1980, como Joseca, que durante vários anos partilhou o palco com Mamborró, desatacou a figura do malogrado, como sendo “uma das principais figuras artísticas que contribuiram para o desenvolvimento da música infantil angolana”.

 Joseca considerou-o “emblemático”, e acrescentou que a sua morte deixa um vazio na classe artística angolana. “Fizemos vários espectáculos juntos pelas províncias. Era como se fossemos filhos da Rádio Nacional de Angola (RNA).”

F.J.A