Definidos locais para escavações em Mbanza Kongo

Definidos locais para escavações em Mbanza Kongo

A coordenadora do projecto "Mbanza Congo - Cidade a desenterrar para preservar" apresentou ontem ao Governo Provincial do Zaire uma lista com as sete zonas definidas para escavações arqueológicas.

As escavações destinam-se a recolher as provas para a candidatura de Mbanza Congo a património da humanidade da UNESCO.

Na cerimónia de apresentação dos sítios, que fazem parte da zona de protecção arqueológica de Mbanza Congo, a coordenadora do projecto, afirmou que a identificação foi feita por "uma empresa especializada", com meios tecnológicos modernos contratada pelo Ministério da Cultura.

Sónia Domingos referiu ter sido possível identificar a uma profundidade de dois metros, estruturas circulares, vedações, túmulos e muros.

O trabalho de prospecção, declarou, permitiu definir como primeiro local de escavação, o perímetro adjacente às instalações da TAAG, onde foram descobertos os vestígios do antigo cemitério real criado antes do século XIX.

A coordenadora do projecto disse tratar-se de "uma zona potencialmente arqueológica" e que as escavações "vão permitir saber mais sobre os soberanos ali soterrados, crenças e modos de vida".

A zona, salientou, é especial por estar próxima do perímetro onde vai ser erguida a estátua de D. Afonso I, cuja primeira pedra foi colocada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, em 4 de Agosto. No espaço em frente ao Kulumbimbi - a primeira igreja católica construída a sul do Sahara -, disse, foram encontradas várias estruturas circulares.

As imagens transmitidas pelo radar, revelou, mostram uma grande estrutura, de oito objectos à volta e três na parte frontal da igreja.

Mais a fundo, referiu, há outras estruturas circulares, cuja identificação somente é possível com mais escavações.

Os estudos revelam que nos locais onde está a igreja do Sagrado Coração e a Sé Catedral já existiram capelas tradicionais.

"Concluímos que estes locais eram especiais para a realização de cultos africanos e que por isso os portugueses construíram por cima outras estruturas para abafar a crença religiosa tradicional na época", disse a responsável.

Fonte:J.A