Empresas angolanas, avaliados em 434 milhões kwanzas

Empresas angolanas, avaliados em 434 milhões kwanzas

A concessão formal pelo Banco de Comércio e Indústria (BCI) dos primeiros financiamentos a três empresas angolanas, avaliados em 434 milhões kwanzas, no âmbito do Programa Angola Invest, constituiu matéria de capa do noticiário económico dos últimos sete dias.

O banco concedeu 367 milhões de kwanzas a uma média empresa, situada na província do Kwanza Sul, para financiar uma indústria de transformação alimentar, que se dedicará à produção de sumos e de polpa de frutas, e 35 milhões de Kwanzas a uma pequena empresa vocacionada à confecção de alimentos, sediada em Luanda.

A terceira empresa recebeu 32 milhões de kwanzas para empreender um negócio ligado à produção, purificação e comercialização de água mineral na região do Kwanza Norte.

Na ocasião, o ministro da Economia, Abraão Gourgel, exortou os beneficiários dos financiamentos públicos, no âmbito do Programa Angola Invest, a primarem pelo rigor na implementação dos seus projectos empresariais, porque só desta forma sairão vitoriosos o Executivo e os empresários.

Abraão Gourgel apelou aos empresários nacionais para a necessidade do recurso aos estudos de viabilidade dos seus projectos económicos, para o sucesso nos seus objectivos.

A semana económica ficou igualmente marcada pela realização, na cidade do Lobito, província de Benguela, do Primeiro Encontro Nacional de Tesouraria, no qual o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, anunciou que as cédulas com valor facial de 5.000 e 10.000 Kwanzas vão ser produzidas já em 2013 e só entrarão em circulação quando as condições económicas do país o exigir.

Segundo José Massano, as notas de cinco e dez mil Kwanzas serão produzidas no decurso do próximo ano, mas vão manter-se fora da circulação até que haja necessidade justificada para a sua injecção no sistema bancário.

O anúncio da ministra das Pescas, Victória de Barros, segundo o qual o Ministério vai apostar, nos próximos cinco anos, na reabilitação e ampliação das salinas, com vista a atingir a auto-suficiência no sector do sal, com uma produção de 200 mil toneladas/ano, também foi destaque da semana que hoje finda.

De acordo com a ministra, que falava no acto da sua apresentação aos funcionários do ministério, para o alcance deste objectivo há um programa que vai contemplar assistência técnica aos salineiros.

Por outro lado, a governante disse que o ministério vai procurar sensibilizar o empresariado nacional para que novos agentes estabeleçam parcerias com entidades privadas nacionais ou estrangeiras e possam desenvolver projectos de produção, higienização e iodização do sal, com base nas oportunidades de crédito estabelecidas pelo Executivo.

Noutra vertente do seu discurso, voltado para o desenvolvimento da aquicultura, disse que deve ser vista como uma estratégia para aumentar a produção do pescado e as oportunidades de emprego, tendo em conta o seu papel relevante no combate à fome e pobreza.

No sector dos transportes, a semana ficou marcada pelo reforço da cooperação entre Angola e Namíbia, com o lançamento da sexta frequência aérea da Air Namíbia para Luanda. Na ocasião, o ministro conselheiro da Namíbia, Pius Dunaiski, manifestou-se optimista no reforço, em breve, das relações bilaterais, aumentando o volume de negócios entre o seu país e Angola, com base na assinatura de 25 acordos diversos que as duas partes perspectivam.

Pius Dunaiski sustentou o seu sentimento com argumentos focados na complementaridade entre as ligações rodoviária, ferroviária e a aérea, com os respectivos serviços. Neste contexto, referiu que o Governo Namibiano tem olhado com agrado o processo de reconstrução de Angola e aproveitado devidamente as oportunidades de cooperação com o Estado angolano. Acrescentou que face a melhoria nos sectores rodoviários, aeroportuário e ferroviário a Namíbia prevê aumentar as importações e exportações.

Ainda no sector dos transportes, foi manchete o anúncio da escolha do local onde será construído o aeroporto de Mbanza Kongo. O aeroporto será construído na localidade de Nkiende II, que dista a 35 quilómetros a sudoeste da cidade de Mbanza Kongo.

A decisão da escolha da área para a construção desta infra-estrutura aeroportuária, que estava dependente dos resultados de estudo de custo e benefício e da componente geoestratégica, foi anunciada quinta-feira, em Mbanza Kongo, após consultas aos especialistas em matéria de segurança nacional.

Uma equipa de especialistas das Forças Armadas Angolanas (FAA), solicitada ao Estado Maior General das FAA pelo governo do Zaire, para avaliar os dois potenciais locais que eram apontados pelos técnicos, concluiu que a área do Nkiende dois é a que oferece melhores condições de segurança para a operacionalidade das aeronaves.

Também foi destaque a declaração do director do gabinete de segurança alimentar do Ministério da Agricultura, David Tunga, segundo a qual a situação da segurança alimentar no país é  estável apesar da estiagem registada na campanha agrícola 2011/2012, que afectou algumas províncias do litoral, com maior incidência no Kwanza Sul, Benguela e no interior como Cunene e Namibe.

O responsável, que falava à Angop em alusão ao dia mundial da alimentação assinalado segunda-feira (dia 16), reconheceu o papel que as famílias camponesas associadas ou congregadas em cooperativas e em associações desempenham para o desenvolvimento da agricultura, aumento da produção alimentar e a melhoria da segurança alimentar das famílias e para o mercado.

De acordo com o responsável, cerca de 366 mil pessoas que ficaram afectadas pela estiagem, registada na campanha agrícola 2011/2012, estão a receber assistência do Governo, dentro de um programa operativo criado para assistência das populações afectada pela seca.

Fonte:Angop