
O Governo angolano adiou para 2028 o fim definitivo da subvenção estatal aos combustíveis, transferindo para o executivo que sair das eleições gerais de 2027 a responsabilidade de aplicar uma das medidas mais impopulares dos últimos anos.
A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, descartou, esta semana, a possibilidade do Governo angolano fazer um novo ajuste nos preços dos combustíveis em breve, salientando que esta acção está dependente da avaliação das medidas de mitigação que estão a ser desenhadas.
“Enquanto esse processo não for feito, não haverá novo reajuste nos preços dos combustíveis”, assegurou.
Este ano, o preço do gasóleo foi ajustado duas vezes, tendo subido de 200 para 300 kwanzas por litro, a 24 de Março último, e de 300 para Kz 400, a 4 de Julho, uma medida que se enquadra no ajuste gradual dos Preços de Venda ao Público dos Produtos Derivados de Petróleo, para os níveis de mercado.
Os demais produtos, em regime de preços fixados, nomeadamente a gasolina, o petróleo iluminante e o Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) mantiveram-se inalterados.
Os Comentadores da Eclésia, como Manuel Cangundo e David Sambongo, consideram que este adiamento visa apenas aliviar a crescente impopularidade do Presidente João Lourenço.
Os analistas acusam ainda o Executivo de ignorar orientações cruciais do FMI, como a manutenção de subsídios para os transportes públicos e o sector agrícola, alertando para um cenário económico e social ainda mais difícil em 2027.
Reportagem de João Vissesse
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