Educação sólida preserva a saúde

escola5B15DOs médicos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reunidos quinta e sexta-feira em Luanda, querem a aplicação das recomendações do congresso lusófono e uma aposta forte na educação da população, como elemento primordial na preservação da saúde e no tratamento das doenças.

No comunicado lido no final do evento, os médios sublinharam que o investimento na educação serve para potenciar sinergias, reforçar parcerias, incentivar o envolvimento das mulheres, cultivar a literacia, para o efectivo exercício da cidadania, no âmbito dos direitos fundamentais em que a tomada de decisão partilhada deve constituir a regra.

Os participantes concluíram que o desenvolvimento dos recursos humanos na perspectiva da Organização Mundial da Saúde (OMS) passa pela formulação de uma política de recursos humanos, designadamente a educação e a formação, pelo desenvolvimento de habilidades qualificadoras e aspectos quantitativos na estratégia de intensificação da administração e pela gestão de técnicos e funcionários.

Nos três encontros realizados em simultâneo (5º Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa, 7º Congresso da Associação de Saúde Mental de Língua Portuguesa e 2ª Reunião de Educação Médica de Língua Portuguesa), os médicos pediram também a aplicação de um sistema de informação, investimento em infra-estruturais e equipamentos, valorização do ambiente e do trabalho de funcionários e estudantes, e redes de colaboração intersectorial e interinstitucional.

Na sessão de encerramento, o vice-ministro da Saúde, Carlos Alberto Masseca, apelou aos participantes a agirem "localmente, mas pensando de forma global, um passo que todos devem dar em função das suas características sociais,  económicas e demográficas, e criar um sistema de saúde capaz de dar resposta aos problemas dos seus cidadãos".

Carlos Alberto Masseca pediu empenho no combate às doenças infecto-contagiosas e às doenças crónicas não transmissíveis, que estão a provocar alterações no sistema de saúde dos países da CPLP. Segundo o J.A. O vice-ministro acredita que a participação das comunidades, associações cívicas e das famílias constitui um dos caminhos para resolver os problemas que a população ainda enfrenta.   No que respeita à formação médica, foram apresentadas visões de Angola, Brasil, Moçambique, Portugal e também da Associação de Médicos de Língua ­Portuguesa de Macau. Nos encontros, foi salientada a necessidade da criação de mecanismos de formação que enriquecem a qualificação dos futuros médicos e especialistas. A saúde mental foi objecto de uma profunda análise dos vários palestrantes.

Entre os temas constaram a violência sexual, transtornos mentais, impacto da globalização na saúde mental, reformas psiquiátricas, aspectos psíquicos da SIDA, a viabilidade de comunicação e reabilitação psicossocial na esquizofrenia, inter-relação entre transtornos de humor e abuso de substâncias psico-activas, entre outros.


Na área do sistema de educação em Medicina, foram apresentados modelos para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde à população na investigação e no ensino, no âmbito da CPLP.

O próximo congresso dos médicos da CPLP vai ser realizado em Cabo Verde. O bastonário da Ordem dos Médicos daquele país, Júlio Barros de Andrade, é o novo presidente da associação dos ­médicos da CPLP.