Simpósio Zunga : Participantes culpam governo pelo elevado número de angolanos desempregados

Simpósio Zunga : Participantes culpam governo pelo elevado número de angolanos desempregados

As zungueiras formam um fenómeno que se tornou realidade em Angola, sobretudo na sua capital, com a emigração populacional que se assistiu para as grandes capitais de províncias, devido a situação de guerra em que se encontrava o país.

A Zunga é uma actividade exercida geralmente por mulheres que procuram assegurar a sobrevivência familiar com a venda de mercadorias diversas nas principais artérias das cidades a partir das primeiras horas do dia.

Há já largos anos que as autoridades procuram uma forma de acabar com este fenómeno, com a promessa de construção de espaços (mercados próprios) que as absorvam. Mas até agora nada acontece e elas continuam a procura do sustento das suas famílias pelas ruas da cidade.

"Fenómeno Zunga só vai terminar quando a pobreza extrema desaparecer no país". Defenderam participantes do primeiro Simpósio Nacional sobre a mulher zungueira que aconteceu no memorial Agostinho Neto em Luanda.

Nesta quinta-feira alguns participantes referiram que o elevado número de angolanos desempregados, está na origem do aumento de vendedores ambulantes.

O primeiro simpósio nacional sobre a mulher zungueira, contou com painéis de discussão que foi animado por agentes sociais, políticos, económicos e culturais de diferentes áreas do conhecimento, com destaque para a “Zungueira no contexto social de Angola”, “Zungueiras-historial e situação social”, “A zungueira e o espaço urbano”, a “Zunga no contexto social africano e internacional – legalização trabalhista” e “Zunga familiar (envolvendo pai, mãe e filhos) – estado e consequências”.

O segundo painel esteve reservado a reflexões e discussões em torno de temas como “Zungueira, sua contribuição para a economia nacional”, “Enquadramento do fenómeno Zunga nas políticas do Estado”, “Zunga, sim ou não: formalização da actividade”, “Contribuição da zungueira para a economia”.

Já o terceiro e último bloco, esteve virado aos direitos e deveres das zungueira, e abordou os temas “Zungueiras: direitos e deveres (acesso a oportunidades)”, «Saúde materno-infantil no fenómeno zunga”, “Cobertura justa dos mídias aos casos de violência às zungueiras”, “Zungueira e segurança social”, além das considerações finais e o lançamento do relatório “Barreiras de acesso ao mercado”, elaborado pela Plataforma Mulheres em Acção.

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