As forças sindicais fazem um balanço positivo da primeira fase da greve de três dias na função pública nacional.
Adriano Manuel, porta-voz das forças sindicais manifesta abertura para novas negociações mas alerta que a segunda fase já está em preparação.
A greve faz-se sentir fortemente na Função Pública: “nas escolas públicas os professores não estão a dar aulas e os estudantes que se deslocaram aos estabelecimentos de ensino tiveram de regressar a casa”; “nas unidades de saúde, os médicos que garantem os serviços mínimos estão a atender apenas pacientes que chegam em estado crítico”; “no sector da justiça, postos de identificação, conservatórias e notários, assim como nos tribunais, a paralisação é total”. Também se afirma que no setor privado “tudo funciona normalmente e não há qualquer paralisação em nenhum dos sectores”.
O mesmo órgão de comunicação social registou uma “forte presença policial nas ruas” da província de Luanda. O porta-voz destes sindicatos, Teixeira Cândido, reagiu dizendo que esta não é necessária porque não estão marcadas manifestações.
Estes sindicatos acusam o governo de falta de vontade de voltar às negociações sobre o aumento do salário mínimo. À agência Lusa, Adriano Manuel, porta-voz destes sindicatos, explicou que o executivo “durante seis rondas negociais, desde Dezembro passado, não apresentou respostas plausíveis”.
As principais exigências que apresentam são um aumento do salário mínimo de 32.000 kwanzas, cerca de 35 euros, para 100.000 kwanzas, cerca de 109 euros, uma redução do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho para 15%, um aumento do salário da Função Pública em 250%, face à subida da inflação, e um representante dos trabalhadores no conselho de administração do Instituto Nacional de Segurança Social. Sobre isto, Adriano Manuel vinca que “o dinheiro do INSS é nosso e era bom que os trabalhadores também fossem aí representados”.