Edward Green falou que o preservativo não detém a SIDA

edwardcgreenaids.pngO director do Aids Prevention Research Project da Harvard School of Public Health,  Edward Green

 Ao intervir no "encontro pela amizade entre os povos" de Rímini, na Itália, o cientista, considerado como um dos máximos especialistas na matéria, confessou que "lhe chamou a atenção como cientista a proximidade entre o que o Papa disse no mês de Março passado a caminho dos Camarões e os resultados das descobertas científicas mais recentes". 

 
"O preservativo não detém a SIDA. Só um comportamento sexual responsável pode fazer frente à pandemia", destacou.  

 
 
"Quando Bento XVI afirmou que em África se deviam adoptar comportamentos sexuais diferentes porque confiar só nos preservativos não serve para lutar contra o HIV , a imprensa internacional se escandalizou", Na realidade o Papa disse a verdade, insistiu: "o preservativo pode funcionar para indivíduos particulares, mas não servirá para fazer frente à situação de um continente". 
 
"Propor como prevenção o uso regular do preservativo na África pode ter o efeito contrário  - acrescentou Green. Chama-se ‘risco de compensação', sente-se protegido e se expõe mais".
 
"Por que não se tentou mudar os costumes das pessoas? - perguntou o cientista norte-americano. A indústria mundial tardou muitos anos em compreender que as medidas de carácter técnico e médico não servem para resolver o problema".
 
O doutor Green, destacou o êxito que tiveram as políticas de luta contra a SIDA que se aplicaram no Uganda, baseadas na estratégia sintetizada nas iniciais "ABC" por seu significado em inglês: "abstinência", "fidelidade", e como último recurso, o "preservativo".
 
"No caso da Uganda - informou - se obteve um resultado impressionante na luta contra o HIV. O presidente soube dizer a verdade a seu povo, aos jovens que em certas ocasiões é necessário um pouco de sacrifício, abstinência e fidelidade. O resultado foi formidável".