Angola e República Democrática do Congo decretaram o fim das deportações recíprocas

Angola e República Democrática do Congo decretaram o fim das deportações recíprocas dos seus cidadãos, que na última semana envolveram mais de 20 mil angolanos, em retaliação à expulsão de dezenas de milhar de congoleses nos últimos meses.
 
Segundo apuramos o Presidente congolês, Joseph Kabila, ordenou o fim da expulsão de angolanos na noite de segunda-feira, após uma reunião com uma delegação enviada pelo seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, encabeçada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, George Chicoty.
 
O diário congolês Le Potentiel cita Chicoty após a reunião afirmando que Angola também irá cessar a expulsão de congoleses do seu território. Os números são dramáticos. Mais de 30 mil pessoas foram expulsas do Congo Democrático. Isto mesmo confirmou a Ecclésia o ministro da assistência e reinserção social.
 
Do Congo continuvam a chegar angolanos também pela via da Diocese do Uije. O Vigário Geral da diocese apela ao diálogo, numa altura em que já são seis mil os cidadãos angolanos expulsos da RDC. O Padre Kiala também desmentiu informações segundo as quais, alguns sacerdotes e religiosas estariam entre os angolanos expulsos. Vigário Geral do Uije apela ao diálogo entre os dois governos e pede calma aos angolanos a não fazer justiça por mãos próprias.
 
Governo da província do Uíge garante estarem criadas as condições para o acolhimento dos angolanos vindos do República Democrática do Congo. O governador da Província Mawete João Baptista diz estar em curso o processo de registo da populações vindas do Congo, de modos a terem contacto com os seus respectivos familiares.
 
Quanto as populações que eventualmente não consigam encontrar os seus familiares, Mawete João Baptista garantiu que serão criadas condições para a integração social destas populações.
 
Por outro lado, o governante aponta algumas dificuldades durante o processo de acolhimento das populações principalmente no que diz respeito a alimentação, alojamento digno, assistência médica.
 
As últimas informações dão conta de que cerca de seis e duzentas pessoas vindas do Congo terão dado entrada na província do Uíge.
 
Por seu turno o governador da Província do Zaire, Pedro Sebastião fala das dificuldades encontradas no respeita o acolhimento das populações vindas do Congo devido as fortes enxurradas que caiem naquela região do país.
 
As últimas informações dão conta de que cerca de seis e duzentas pessoas vindas do Congo terão dado entrada na província do Uíge e cerca de vinte e cinco mil terão dado entrada na província do Zaire, sendo o Luvu a grande zona de entrada.