Revolução na Tunísia provoca crise em França

michele-alliot-marie-4ee3Ministra francesa dos Negócios Estrangeiros explica no Parlamento porque propôs ajuda da Polícia francesa ao regime do ex-Presidente Ben Ali quando este, nos primeiros dias da revolução na Tunísia, reprimia duramente as manifestações.

O Governo e o Presidente franceses estão a ser muito criticados pela oposição e por analistas, por terem apoiado o regime do ex-Presidente da Tunísia, Ben Ali, até quase à última hora e por terem reagido com muito pouco entusiasmo à luta dos tunisinos pela democracia.

Na primeira linha das críticas está Michèle Alliot-Marie, ministra de Estado e dos Negócios Estrangeiros francesa, por, no dia 11 de janeiro, ter proposto ajuda da Polícia francesa ao regime de Tunes, quando a revolta já tinha provocado pelo menos 20 mortos e estava a ser duramente reprimida pelas forças de segurança tunisinas.

Na altura, a ministra Michèle Alliot-Marie propôs, numa intervenção na Assembleia Nacional, o "savoir-faire francês" ao regime de Ben Ali para a "manutenção da ordem" e o "controlo das manifestações".

Declaração "alucinante"

Michèle Alliot-Marie foi convocada para comparecer esta manhã na Assembleia Nacional, para se explicar sobre o assunto.
Martine Aubry, líder do Partido Socialista francês, considera a declaração da ministra de "alucinante". "Quando devíamos apoiar a dignidade de um povo em luta pela democracia, fizemos o contrário", acrescentou Martine Aubry.