Duplo atentado na cidade de Mubi faz mais de 60 mortos

Duplo atentado na cidade de Mubi faz mais de 60 mortos

Mais de 60 pessoas morreram em um duplo atentado na cidade nigeriana de Mubi, nesta terça-feira, disseram à AFP dois moradores que colaboraram no enterro das vítimas.

Uma das testemunhas, Muhammad Hamidu, explicou: "participei do enterro de 68 pessoas, e continuavam chegando mais corpos trazidos pelas famílias".

Outro habitante local, Abdullahi Labaran, indicou: "abrimos 73 tumbas para as vítimas".

Os atentados aconteceram no nordeste da Nigéria, um dia depois da visita do presidente nigeriano à Casa Branca, durante a qual agradeceu a Washington por sua ajuda na luta contra o Boko Haram.

No início da tarde desta terça-feira, às 13h30, um homem-bomba se detonou em uma mesquita em Mubi, no estado de Adamawa. Logo depois, um segundo terrorista, atacou um mercado próximo, no momento em que os fiéis fugiam da mesquita.

O porta-voz da Polícia local, Othman Abubakar, confirmou a morte de 24 pessoas até o momento. Conforme relato de testemunhas, este número seria bem maior.

"Por enquanto (o número de mortos) é de 24", disse ele à AFP, destacando que "a equipe especializada já está no local e recebeu ordens para limpar a cena".

"É o caos aqui", relatou à AFP o socorrista voluntário Habu Saleh, acrescentando que "levamos dezenas de mortos e feridos para o hospital e a operação de resgate ainda está em andamento".

Sani Kakale, outro voluntário, evocou 42 mortos e 68 feridos.

"Enquanto eu estava lá, 42 corpos foram contados", contou. "Eu os vi com meus olhos", garantiu.

Uma fonte do hospital de Mubi informou que 37 corpos já haviam sido transportados para o necrotério.

"Por enquanto, contabilizamos 37 corpos e dezenas de feridos de ambos os locais de explosão", disse a fonte ouvida pela AFP.

A cidade de Mubi é regularmente visada por ataques do grupo extremista nigeriano Boko Haram, que atua no nordeste da Nigéria.

No final de Novembro, ao menos 50 pessoas foram mortas em um ataque similar.

O conflito que atinge o Lago do Chade deixou mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados na Nigéria desde 2009.