Irã chama governo Trump de 'mentalmente incapaz'; americano ameaça devastar país persa

Irã chama governo Trump de 'mentalmente incapaz'; americano ameaça devastar país persa

Em resposta às novas sanções contra o Irã anunciadas por Donald Trumpna segunda-feira, que miram o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei , o presidente iraniano chamou o governo americano de "mentalmente incapaz" e assim posições, que terão poucos efeitos práticos, de "ultrajantes e idiotas".

 Os americanos parecem desesperados e confusos, o que os fez adoptar medidas estranhas e falar coisas sem sentido. Esta Casa Branca é mentalmente incapaz e não sabe o que fazer, disse  Hassan Rouhani em pronunciamento pela TV, referindo-se à cúpula do governo Trump.

“A paciência estratégica de Teerã não significa que temos medo” completou.

Ao reagir à declaração de Rouhani, Trump subiu o tom da guerra verbal e, no Twitter, ameaçou devastar o país persa: "Qualquer ataque a qualquer coisa americana será respondido com força avassaladora. Em algumas áreas, avassaladora significará obliteração", escreveu.

Na segunda-feira, o presidente americano assinou uma ordem executiva que impõe uma série de restrições a Khamenei, como o congelamento dos bens do líder supremo, o bloqueio a fontes externas de financiamento e a proibição de sua entrada nos Estados Unidos. O Tesouro ainda ameaçou punir instituições financeiras e pessoas que tenham qualquer ligação com a liderança iraniana. Ao anunciar as sanções, Trump se confundiu, chamando Khamenei de Khomeini, seu antecessor no cargo e líder da Revolução Islâmica de 1979.

Além de Khamenei, oito comandantes da Guarada Revolucionária também foram sancionados. O grupo foi classificado como uma organização terrorista por Washington em abril e, desde então, seus membros já estavam proibidos de entrar nos Estados Unidos e de fazer negócios com os americanos.

As medidas terão impacto limitado, já que Khamenei nunca viaja para fora do país e empresas ligadas a sua família não têm acesso aos serviços bancários internacionais.

Para analistas como Jarret Blanc, do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, as novas sanções são simbólicas porque as punições impostas pelos Estados Unidos desde o ano passado, quando Trump abandonou o acordo nuclear firmado entre Teerã e as principais potências globais, já tiveram efeito devastador na economia iraniana. As sanções contra as exportações de petróleo do país persa reduziram o volume vendido de 2,5 milhões de barris em 2015 para 300 mil barris neste mês de junho.

Ainda assim, de acordo com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, até o chanceler do Irã, Javad Zarif , um dos principais negociadores do acordo nuclear que os americanos abandonaram, também será atingido por punições no final desta semana. Educado nos Estados Unidos, o chanceler é considerado um moderado, tipo de figura que os governos americanos anteriores buscaram cultivar.

"Impor sanções inúteis ao líder supremo do Irã e ao chefe da diplomacia iraniana é fechar permanentemente o caminho da diplomacia", disse o porta-voz da Chancelaria iraniana, Abbas Mousavi, em sua conta no Twitter. "O governo desesperado de Trump está destruindo os mecanismos internacionais para a manutenção da paz e da segurança".