Ataques terroristas em Palma provocam fuga em massa de civis em Moçambique

Ataques terroristas em Palma provocam fuga em massa de civis em Moçambique

A Ajuda à Igreja que Sofre (ACS) continua a receber testemunhos chocantes sobre o ocorrido na cidade de Palma, Província moçambicana de Cabo Delgado, tomada nos últimos dias por grupos jihadistas ligados ao autodenominado Estado Islâmico, após uma série de ataques sangrentos. Palma tinha uma população de cerca de 50.000 habitantes, mas agora é uma cidade fantasma, com dezenas de mortos e milhares de desaparecidos.

A fundação de direito pontifício assistiu a um vídeo filmado imediatamente após o ataque brutal das milícias jihadistas em 24 de Março, que revela um massacre sem precedentes, com pessoas decapitadas e corpos mutilados.

Ulrich Kny, Project Manager da ACS para Moçambique, ao comentar as imagens horripilantes, afirmou “não podermos nem compartilhá-las, porque ferem a dignidade humana pela sua brutalidade. Os terroristas parecem intencionados a causar os maiores danos possíveis e a semear o máximo de terror em sua frenesi destrutiva. Nós nos perguntamos quantas mortes mais ainda terão que ocorrer antes que o mundo faça algo para acabar com essa violência. Essas vidas parecem não contar”.

O gestor de projectos da ACS, explica que a fundação de direito pontifício “está tentando ajudar e apoiar com muita atenção, enquanto a Igreja local está fazendo todo o possível e impossível nesta situação tão difícil para aliviar a crise humanitária. Mas é necessário parar esta violência desenfreada ”porque“ o mundo não pode ignorar este drama”.

A região de Cabo Delgado tem sido palco de ataques de grupos armados aliados do Estados Islâmico desde Outubro de 2017. De acordo com um balanço da ONU divulgado no final de 2020, a crise causou o deslocamento de 670.000 pessoas e mais de 2.500 mortes. Somam-se a isso os efeitos dramáticos dos recentes ataques em Palma, que representam "uma evidente escalada do conflito", continua Ulrich Kny.

A ACS garantiu uma contribuição emergencial inicial de 160.000 euros. Soma-se a isso o apoio aos sacerdotes e religiosos da região e a outros projetos relacionados com as necessidades mais urgentes da Igreja.

No entanto, isso não é mais suficiente, conclui o Project Manager da ACS, “precisamos incrementar o apoio financeiro e as orações pela Igreja no norte de Moçambique. Face ao esperado aumento substancial do afluxo de refugiados, a Diocese de Pemba e as vizinhas, já totalmente sobrecarregadas com a catástrofe humanitária, não poderão aumentar a sua actividade sem ajuda externa”.