As leis de mercado devem ser corrigidas com a solidariedade

As leis de mercado devem ser corrigidas com a solidariedade

«A Igreja católica na Austrália sentiu sempre a responsabilidade de contribuir de maneira adequada para as necessidades da comunidade. Mesmo se não somos a primeira religião do país, a Igreja ofereceu sempre uma grande contribuição para a vida civil, auxiliando escolas, hospitais e serviços de welfare. Há aproximadamente um ano criámos a Catholic Business Network, uma rede que oferece a oportunidade ideal a quem se ocupa de negócios, de governo, de comunidade e aos líderes católicos de se reunir mensalmente para debater questões de interesse comum». O cardeal arcebispo de Sidney, George Pell, numa entrevista concedida a «L'Osservatore Romano», ilustra as iniciativas empreendidas para combater a crise que atingiu também a Austrália. O sistema de solidariedade alimentado pelas organizações caritativas, o da educação, que pode orgulhar-se de institutos de qualidade reconhecida, a herança da Jornada mundial da juventude de 2008 e a nova evangelização estiveram no centro do colóquio com o purpurado.

Como reagiu a Igreja na Austrália à crise que atingiu o país e também grande parte do planeta?

«Por sorte, não tivemos os mesmos efeitos negativos como noutros países. Como cristãos, esforçamo-nos por seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e como líder religioso é nossa responsabilidade seguir valores e princípios éticos em todas as nossas actividades, quer como accionistas de uma empresa, quer como empregados, mas sempre cientes da nossa responsabilidade em relação à sociedade australiana. Certamente, temos muito a aprender da recente situação financeira e devemos estar gratos pela nossa situação económica, mas há ainda muito a fazer como sociedade democrática que ajuda os mais desvantajados».

O que mudou na Austrália a partir da Jornada mundial da juventude de Sidney de 2008?

«A jornada mundial sem dúvida foi uma grande e bonita surpresa para todos nós. Um envolvimento emocional que é difícil esquecer. Muitos jovens aproximaram-se da Igreja católica e continuam a frequentar as nossas actividades. Isto faz que tenhamos esperança num bom futuro. Recentemente verificámos também um aumento do número de jovens indígenas nas celebrações litúrgicas e nas nossas escolas».