Amnistia acusa comunidade internacional de "abandonar" os refugiados sírios

Amnistia acusa comunidade internacional de

Os líderes mundiais não estão a ajudar os refugiados da guerra na Síria, denuncia a Amnistia Internacional.

A organização revela que há mais de 3,8 milhões de refugiados em apenas quatro países vizinhos e que a totalidade dos países membros das Nações Unidas ofereceram-se para acolher menos de 2% dessas pessoas.

A Amnistia Internacional estima que quatro milhões de sírios tenham abandonado o país desde o início da guerra civil, em Março de 2011, estando 3,8 milhões refugiados nos países fronteiriços: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egipto, cuja capacidade para receber mais pessoas está esgotada.

A organização revela que alguns dos maiores países da União Europeia, como o Reino Unido, França, Itália, Espanha e Polónia, que juntos têm uma população de 275 milhões de pessoas, ofereceram-se apenas para receber dois mil refugiados. Uma resposta deplorável, diz a Amnistia Internacional, acrescentando que 26 países da União receberam pouco mais de 50 mil pedidos de asilo e aceitaram acolher cerca de cinco mil pessoas.

Portugal recebeu 165 pedidos de refugiados sírios, ofereceu-se para acolher 23 pessoas e atribuiu 70 bolsas a estudantes sírios, mas não fez qualquer contribuição financeira na sequência do apelo das Nações Unidas para ajudar os refugiados deste país.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, já classificou esta situação como “a mais dramática crise humanitária” do século XXI.

No entanto, a resposta tarda em surgir, e a quatro dias de mais uma convenção da ONU sobre a Síria, a Amnistia Internacional divulga um extenso relatório, para enquadrar a discussão. O título é directo: “refugiados sírios abandonados pela comunidade internacional”.