Allepo: Massacre em campo de refugiados

Allepo: Massacre em campo de refugiados

Pelo menos 28 civis morreram em bombardeios aéreos contra um campo de refugiados no norte da Síria, mais uma tragédia no país em guerra, no momento em que uma trégua na castigada cidade de Aleppo acabava de entrar em vigor, nesta quinta-feira (5).

Em nova demonstração dos horrores da guerra, um campo de refugiados na província de Idleb (norte), onde se abrigavam famílias que escaparam dos combates de Aleppo, tornou-se alvo de ataques aéreos, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e ativistas no terreno.

O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, afirmou que os ataques foram dirigidos contra o campo da província de Idleb, controlada pela Frente al-Nosra - a filial síria da rede al-Qaeda - e por seus aliados rebeldes.

Morreram ao menos 28 civis, entre eles crianças, e outros 50 ficaram feridos. O OSDH advertiu que o número de mortos pode aumentar, já que muitos feridos se encontram em estado grave.

A comunidade internacional reagiu rapidamente ao ataque, com o diretor de Operações Humanitárias da ONU, Stephen O'Brien, advertindo que "se este ataque obsceno tinha como alvo deliberado uma estrutura civil, pode constituir um crime de guerra".

"Estou horrorizado e chocado pela notícia de civis mortos por bombardeios aéreos em dois assentamentos, onde pessoas refugiadas buscavam um santuário".

A União Europeia (UE) qualificou o ataque de "inaceitável", enquanto os Estados Unidos declararam que apesar de não confirmada a responsabilidade do regime sírio, o bombardeio corresponde "totalmente" a operações anteriores.

"Nada justifica um ataque contra civis na Síria, muito menos contra aparentemente um campo de refugiados", disse o porta-voz do departamento americano de Estado Mark Tonner.