Governo ruandês "acelera o processo" de extradição da ex-primeira dama.

agatheO Governo ruandês "acelera o processo" de extradição da ex-Primeira Dama do Ruanda, Agathe Kanziga Habyarimana, detida pela justiça francesa para ser julgada, declarou à imprensa um alto responsável judiciário ruandês em Kigali.

A esposa de Juvenal Habyarimana (ex-Presidente ruandês de 1973 a 1994), que reside em França desde Abril de 1994, logo depois do assassinato do seu marido, foi presa pela justiça francesa em virtude dum mandado de captura emitido contra ela pelo novo regime ruandês devido ao seu presumível papel no genocídio ruandês de 1994.


A captura em França da viúva do ex-Presidente Habyarimana intervém alguns dias depois de este país europeu lhe ter negado o asilo, indica-se de fonte oficial em Kigali.

Contudo, a ausência dum acordo de extradição entre Kigali e Paris poderá complicar o regresso ao Ruanda desta senhora cujo marido morreu num atentado contra o seu avião a 6 de Abril de 1994.

Durante a sua recente visita de algumas horas ao Ruanda, o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, sublinhou a "determinação" do seu país a perseguir os presumíveis genocidas refugiados no seu território.

Interrogado pela comunicação social nessa ocasião, o porta-voz do Tribunal Geral da República em Kigali, Augustin Nkusi, indicou que Kanziga figura na lista dos presumíveis autores do genocídio procurados pelo Ruanda em França.

Entre outros suspeitos neste assunto (em França) citados pelo responsável judiciário ruandês figuram ainda um antigo subprefeito, Dominique Ntawukuriryayo, e um ex- oficial das informações das ex-Forças Armadas Ruandesas (FAR), o capitão Pascal Simbikangwa.

Kanziga é ainda acusada de ter desempenhado um papel na planificação do genocídio, o que lhe valeu a designação de "membro activo" de Akazu (corrente influente) sob então regime acusado de ter planificado e perpetrado o massacre dos Tutsi (etnia minoritária), de que é originário o actual chefe do Estado ruandês, Paul Kagame.

Em 2007, a justiça ruandesa publicou uma lista de 96 Ruandeses identificados como os principais actores do genocídio dos Tutsis e que estão actualmente a pedir asilo em vários países na Europa e na América do Norte.