Militares africanos impedidos de visitar Zamora Induta, antigo chefe de estado guineense detido a um mês.

guine_golpeOs militares de alguns países da África ocidental que se encontram há três dias na Guiné-Bissau foram impedidos de visitar o chefe do estado-maior general, Zamora Induta, desde 1 de Abril detido por forças revoltosas.

Uma vez que quem tem tido a última palavra quanto a todos os assuntos militares das últimas cinco semanas tem sido o vice-chefe do estado-maior, António Indjai, este não permitiu que os comandantes militares estrangeiros visitassem o almirante José Zamora Induta, encarcerado no quartel de Mansoa, a cerca de 60 quilómetros da capital.

Os chefes dos estados-maiores da Libéria, Cabo-Verde, Gana e Togo foram mandatados pela comunidade económica dos estados da África ocidental (cedeao) para irem a Bissau investigar o levantamento do mês passado, liderado pelo general Indjai e por um antigo chefe do estado-maior da armada, o contra-almirante Bubo na Tchuto, que se encontrava refugiado na delegação local das nações unidas.

O líder rebelde Indjai afirmou à imprensa, esperar da cedeao um "grande apoio" para melhorar as condições de vida dos militares guineenses.

Entretanto, permanece em aberto a situação de se saber quem é que na verdade ficará agora à frente do estado-maior general das forças armadas guineenses, uma vez que nem o governo de Carlos gomes júnior nem o presidente Malam Bacai Sanhá decidiram ainda, pelo menos em público, se reconduzem Zamora Induta, se dão carta branca ao revoltoso Indjai ou se optam por uma terceira figura.

Nesta última década, a Guiné-Bissau já assistiu ao assassínio de três generais que tinham estado à frente do estado-maior. Ansumane Mané, veríssimo Correia Seabra e Tagma na Waie. E as estruturas políticas têm sido incapazes de controlar as movimentações militares.