Conselho de segurança da ONU anuncia retirada das forças de manutenção de paz no Chade até o final do ano

onu_chadeO Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu ontem retirar, até ao fim do ano, a missão que se encontra no Chade e na República Centro-Africana (RCA).

Na resolução 1923, aprovada pela unanimidade dos 15 membros do Conselho, e por desejo das autoridades chadianas, determina-se que os 4375 elementos daquela missão da ONU se retirem por fases, até ao próximo dia 31 de Dezembro.

Segundo o esquema aprovado, a componente militar da Missão das Nações Unidas na RCA e no Chade (Minurcat), constituída por 3300 soldados, passa até 15 de Julho para apenas 2200, 1900 dos quais no Chade e os restantes no país vizinho, situado a Sul.


As forças restantes, bem como a componente civil da missão, de um pouco mais de mil pessoas, saem até ao fim de 2010.


A Minurcat fora decidida em 2007 e concretizada o ano passado para proteger centenas de milhares de chadianos deslocados e de refugiados da região sudanesa do Darfur. Mas agora as autoridades de N'Djamena dizem querer ser elas próprias a proteger os civis.


A Amnistia Internacional já avisou que esta decisão da ONU poderá colocar em perigo milhares de refugiados em toda a região, onde há "mulheres, homens e jovens vuneráveis".


Há aproximadamente 250.000 refugiados do Darfur, 165.000 deslocados chadianos e centenas de milhares de outros chadianos na região de onde as forças da Minurcart vão sair, pelo que se teme que a insegurança aumente.


Algumas agências da própria ONU avisaram que a retirada poderia provocar um vazio no Leste do Chade, onde são frequentes os ataques contra os trabalhadores humanitários. Mas ninguém conseguiu demover o Conselho de Segurança de se vergar ao desejo do Governo chadiano.