Governo de transição guineense considera "normal" fim de parceria comercial com EUA

Governo de transição guineense considera

As autoridades de transição guineenses consideram normal a posição dos Estados Unidos de retirar a Guiné-Bissau e o Mali da sua lista de parceiros comerciais privilegiados, devido ao recuo na democracia após o golpe de Estado de abril passado.

A posição do Governo guineense foi transmitida à Agência Lusa por Fernando Vaz, ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do executivo de transição.

"É absolutamente normal em estados onde haja golpes de estado, em que haja alteração da ordem democrática, e foi o que aconteceu na Guiné e no Mali", disse Fernando Vaz, acrescentando que "os Estados Unidos, naturalmente, teriam que tomar esta posição", uma vez que "têm como principio não apoiar golpes de estado".

O Presidente norte-americano, Barack Obama, retirou ao Mali e à Guiné-Bissau o estatuto de parceiros comerciais privilegiados, uma sanção contra o que considera serem recuos democráticos nestes países africanos, anunciou na quinta-feira a Casa Branca.

Para o porta-voz do Governo de transição guineense, a posição dos Estados Unidos não preocupa as autoridades de Bissau, uma vez que já outras organizações fizeram a mesma coisa em relação ao poder instituído na Guiné-Bissau, desde o golpe de Estado de 12 de abril.

"Essa posição americana não preocupa o Governo de transição, porque estamos a sofrer sanções da União Europeia, inclusive da União Africana, de alguns países, mas já temos uma luz no fundo do túnel", observou Fernando Vaz, que acredita que "o próximo ano vai ser diferente" devido ao levantamento de sanções do Banco Mundial.

Na semana passada, o Banco Mundial anunciou que vai retomar todos os projetos que estava a financiar na Guiné-Bissau, mas que estavam suspensos devido ao golpe de Estado.

O porta-voz do Governo de transição acredita que com "andar das coisas" os parceiros que agora estão a sancionar o país vão voltar a cooperar com a Guiné-Bissau.

"Com o processo normal de transição politica as coisas voltarão à normalidade, digamos assim. Vão mudar de perceção a nosso respeito e os próprios Estados Unidos vão acabar por mudar de posição. Todas estas organizações tinham que condenar mas vão acabar por levantar as condenações", sublinhou o ministro da Presidência do Conselho de ministros.

Lusa