RENAMO condiciona encontro com PR moçambicano

RENAMO condiciona encontro com PR moçambicano

O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, aceitou encontrar-se com o Presidente de Moçambique, mas impôs como condições a retirada do exército governamental da antiga base militar do maior partido da oposição ou a troca de local do encontro.

Em declarações hoje à imprensa, Afonso Dhlakama disse que só reunirá com Armando Guebuza se existirem condições de segurança para a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), que passa pela retirada das tropas governamentais, caso o encontro seja em Maputo.

"Já respondi o convite do PR, mas é preciso retirar o cerco do exército na Gorongosa, para evitar que na minha ausência os militares façam um ataque ou respondam a [alguma] provocação", disse Afonso Dhlakama, exigindo a saída dos militares da sua antiga base militar, em Sadjundjira.

No entanto, o encontro "não precisa ser sempre em Maputo, pode ser em Vunduzi, ou numa mata qualquer, pois estarei a controlar tudo", acrescentou o dirigente da RENAMO, em declarações aos jornalistas.

A RENAMO acusa o governo, dirigido pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), de estar a ser "intransigente" e de violar o Acordo Geral de Paz (AGP), exigindo a despartidarização do aparelho de Estado, das Forças Armadas e Defesa Nacional.

A tensão acumulada entre as duas forças políticas, que estiveram em guerra durante duas dezenas de anos, já levou ao boicote das eleições por parte da RENAMO e, nas últimas semanas, têm-se verificado ataques de elementos armados na zona central do país.

Contudo, Afonso Dhlakama disse que caso seja ultrapassado esta divergência sobre as questões eleitorais, o partido vai concorrer nas eleições autárquicas de 20 de Novembro e gerais de 2014.

Hoje, o líder da RENAMO reiterou a necessidade de preservar a paz no país, depois de se ter também reunido com líderes religiosos do Observatório Eleitoral, que estão a mediar o encontro entre Armando Guebuza e Afonso Dhlakama.