Bispos do Congo: apelo à não-violência para o referendo

Bispos do Congo: apelo à não-violência para o referendo

Apelo à não-violência da Conferência Episcopal do Congo-Brazzaville numa mensagem dirigida a todas as pessoas de boa vontade. Perante as recentes manifestações pro e contra as mudanças constitucionais que permitiriam que o Presidente Denis Sassou Nguesso seja eleito para um terceiro mandato em 2016, os bispos exortam as forças políticas e civis a vigiar  constantemente para evitar que se verifiquem confrontos. Os congoleses irão às urnas no dia 25 de Outubro para dizer sim ou não ao referendo que vai perguntar se mudar a Constituição, permitindo ao Chefe de Estado de exercer até três mandatos consecutivos.

Manifestações pro e contra as mudanças constitucionais e um terceiro mandato ao Presidente
No passado 27 de Setembro, na praça das Armadas de Brazzaville, manifestaram os partidários do ‘não’, no sábado passado, no mesmo lugar, se reuniram os favoráveis ao ‘sim’ que gostariam Sassou (chefe da nação desde 1979) ainda como Presidente. "Que o debate seja conduzido com dignidade, na honestidade e não-violência", escrevem os bispos pedindo para privilegiar sempre o diálogo. "A violência, o sangue dos vossos irmãos e irmãs, as guerras, não vos edificam humanamente - continuam os bispos dirigindo-se aos jovens. Que nenhum adulto vos engane contra a nossa nação”.

Os bispos convidam as forças de segurança a vigiar sobre o respeito da democracia
Na atmosfera tensa destas semanas, Dom Daniel Mizonzo, bispo de Nkayi e Presidente da Conferência Episcopal do Congo, assinou a mensagem em nome de todos os bispos no passado dia 4 de outubro, exortando as forças de segurança a vigiar sobre a incolumidade dos cidadãos, a evitar provocações e intimidação desnecessárias e a "respeitar o jogo democrático", como quer a Lei fundamental." "A vossa  missão é importante neste momento para garantir a paz para o bem de todos", acrescentam os bispos que também recordaram as palavras que o Papa Francisco lhes dirigiu durante a visita ad limina, de 4 de Maio: "Na dimensão profética da vossa missão pastoral, é importante que possais dizer com uma única voz, palavras inspiradas no Evangelho para orientar e iluminar os vossos compatriotas sobre qualquer aspecto da vida comum, nos momentos difíceis para a nação ou quando as circunstâncias o exigem". "Salvemos a nossa jovem democracia - concluem os bispos – salvaguardemos a paz adquirida a um caro preço”.