Em 2030 uma em cada cinco pessoas no mundo será africana

Em 2030 uma em cada cinco pessoas no mundo será africana

As estimativas do Fórum Económico Mundial combinam a curva ascendente do crescimento populacional com os avanços tecnológicos, com a melhoria nas infra-estruturas de saúde e educação e sugerem que África pode muito bem tornar-se na grande força do crescimento económico no próximo século.

Os números são reveladores deste sucesso emergente: África vai representar 54% do crescimento populacional global de 2,4 mil milhões nas próximas décadas.

De resto, as Nações Unidas prevêem que até 2050, África vai somar 1,3 mil milhões de pessoas à população mundial. E isso é mais do dobro da população actual do continente africano, que se situa em 1,2 mil milhões de habitantes.

A população africana continuará a crescer ao longo dos anos à medida que a Ásia - conhecida por ser um gigante populacional - começa a assistir a uma contracção do seu crescimento demográfico.

De acordo com a UNICEF, nos próximos 33 anos, vão nascer 2.000 milhões de bebés em África. Os elevados índices de fecundidade e a melhoria das taxas de sobrevivência infantil significam que, até 2050, um em cada três menores de cinco anos e mais de um terço de todos os menores de 18 serão africanos.

E em 1950, só uma em cada 10 crianças no mundo era africana.

Mas a esta ascensão não é alheio o historial de guerra e fome que marcou o continente africano, sobretudo nos anos 80 do século passado. Ainda hoje há problemas, por resolver. Se, por um lado, as redes móveis cresceram mais rápido do que qualquer outra infra-estrutura considerada essencial e a esmagadora maioria dos africanos tem hoje acesso aos telemóveis de última geração, por outro lado, menos um terço dos africanos tem acesso a sistemas modernos de esgotos e águas residuais.

Mas há indicadores onde, já hoje, os africanos vão contrariando aquela ideia de sociedade atrasada: há 11 países africanos onde as mulheres ocupam perto de um terço dos assentos parlamentares. Mais do que na Europa.

Exemplo disso é o Ruanda: 64% dos lugares da Câmara Baixa do parlamento são ocupados por mulheres. É a maior percentagem de deputadas em todo o mundo.