Dor na Igreja centro-africana pelo assassinato do padre Gbagoua

Dor na Igreja centro-africana pelo assassinato do padre Gbagoua

“Ninguém está a salvo, mas a igreja não ficará calada” esse era o testemunho do Pe. Bondobo, assassinado Sexta-feira 29 de Junho, mais uma vítima da violência na República Centro-Africana.

Abade Firmin Gbagoua, era vigário geral da Diocese de Bambari.

Antes de ser brutalmente assassinado com um tiro de pistola no estômago às 19 horas de sexta-feira, 29 de Junho, o padre Firmin Gbagoua, vigário geral da Diocese de Bambari, havia jantado com outros confrades na sede do episcopado.

O sacerdote, a bem da verdade, é apenas mais uma das vítimas da violência brutal que perpassa toda a República Centro-Africana. De acordo com padre Mathieu Bondobo, reitor e pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Bangui - entrevistado por Hélène Destombes, do Vatican News - "ninguém está protegido, ninguém no país está seguro, mas a Igreja não vai ficar em silêncio", e vive agora um momento de profunda tristeza.

A dor da igreja 

"A Igreja na República Centro-Africana –  acrescentou o sacerdote - está triste e pesarosa pela morte do padre Firmin Gbagoua. Dispararam um tiro no estômago e ele morreu em consequência deste grave ferimento. Esta situação complica ainda mais a vida na África Central, porque todos nós temos falado por muito tempo de paz, falado da coesão social e este homem de Deus, o que ele fez de errado? Ele é um dos que na Diocese de Bambari sempre falou em favor da paz e sempre falou a verdade! E isso é mais uma prova do fato de que a paz é um grande desafio na República Centro-Africana; e que aqueles que têm as armas, aqueles que matam, aqueles que praticam o mal, ainda estão lá, na cidade de Bambari, que nunca foram embora. Recentemente ouvimos que Bambari é uma cidade tranquila, que não há mais armas em Bambari: é uma mentira! A prova é que padre Firmin foi morto".

A preocupação dos bispos

Este aumento da violência também preocupa naturalmente os bispos do país. Em uma carta publicada no final da sua Assembleia extraordinária de 24 de Junho, o episcopado tinha constatado "com espanto e amargura" a chegada de "novos mercenários, que tornam difícil a resolução da crise."

"A impunidade e a amnistia que alguns estão tentando impor-nos não nos trará a paz", escreveram eles, referindo-se aos muitos acordos que, segundo eles, teria até mesmo incentivado as milícias.

"Lembramos ao governo, à comunidade internacional e aos grupos armados que a autoridade do Estado não é negociável e que não pode estar sujeita a qualquer tipo de barganha", afirmaram os prelados.