"Igreja não faz política, trabalha para o bem comum"Diz Bispo do Togo

As próximas eleições presidenciais em 2020, a adopção de medidas contra os abusos sexuais na Igreja, as dificuldades financeiras dos três seminários do país foram os principais temas no centro da 122ª sessão plenária da Conferência Episcopal Togolesa em Daluag.

Na mensagem final, os bispos defendem o trabalho da Comissão de Justiça e Paz local, objecto de acusações por parte do Governo, reafirmando que o trabalho da Igreja, fiel aos ensinamentos do Evangelho, é orientado apenas para o bem comum.

Os bispos togoleses negam a acusação do Governo de "financiamentos de origem duvidosa" nas actividades da Comissão local de Justiça e Paz. "As nossas mensagens são ditadas pela fidelidade ao Evangelho e pela busca do bem comum", afirmam os prelados na mensagem divulgada no fim da sua recente Assembléia plenária, ressaltando que "sempre convidaram os sacerdotes a evitar qualquer tomada de posição política em apoio aos partidos”.

Nada de financiamentos “duvidosos” à Comissão de Justiça e Paz

 O esclarecimento dos bispos responde à justificativa apresentada há alguns meses pelas autoridades de Lomé para explicar a recusa de credenciamento à ACAT (Acção Cristã pela Abolição da Tortura e Pena de Morte), para o envio de observadores para as últimas eleições legislativas. do fim de 2018. O pretexto era precisamente que a Comissão de Justiça e Paz, parceira da ACAT, recebia "financiamentos duvidosos", acusação que os bispos rejeitam, exprimindo a esperança de que nas próximas eleições presidenciais de 2020 a associação cristã ecuménica empenhada na luta contra a tortura possa enviar os seus observadores.

Eleições de 2020 sejam pacíficas e transparentes

Exactamente as eleições do próximo ano, cuja data ainda não foi definida, foram um dos principais temas da plenária, realizada em Daluag, na diocese de Dapaong. A este propósito, os bispos togoleses convidaram todos os candidatos e instituições envolvidas a proceder de maneira que o processo eleitoral ocorra "de forma pacífica e transparente, na justiça e no respeito à vontade dos cidadãos". Os prelados exortam igualmente os fiéis a "não abdicar dos seus compromissos sócio-políticos, que também fazem parte integrante da sua missão de baptizados”.

Escritórios em todas as dioceses para assinalar abusos sexuais

Outro tema importante abordado durante os trabalhos foi a luta contra os abusos sexuais na Igreja do Togo. Os bispos togoleses continuaram a discussão sobre o estabelecimento em cada diocese de um Escritório de referência "para assinalar abusos sexuais", como vem indicado pelo Papa Francisco no Motu proprio "Vos estis lux mundi", após o encontro em Fevereiro último, no Vaticano, sobre a protecção dos menores. O plano já havia sido examinado na plenária anterior em Junho.

Apoio aos seminários

Finalmente, mereceu a atenção da assembleia a situação dos seminários no Togo, que enfrentam crescentes dificuldades financeiras devido à diminuição dos subsídios da Santa Sé e o aumento do custo de vida no país. Os bispos fizeram, portanto, apelo às paróquias, instituições eclesiásticas e a todos os fiéis para apoiarem também financeiramente os seminários.