Burkina Faso, sacerdote morre, quando a viatura em que seguia foi alvejada por forças militares

Burkina Faso, sacerdote morre, quando a viatura em que seguia foi alvejada por forças militares

Moses Sense Simukonde, missionário de 34 anos, morreu após ter sido alvejado no dia 29 de março, na capital do Burquina Faso, informou a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

“O jovem missionário viajava num veículo que passava na ocasião pelo local e terá sido alvejado, embora se desconheçam ainda pormenores do que terá acontecido”, explica o secretariado português da AIS, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Moses Sense Simukonde, de 34 anos de idade, “foi morto a tiro por militares que, alegadamente, tentavam impedir um indivíduo de ultrapassar uma zona de segurança” em Ouagadougou, capital do Burquina Faso.

O jovem natural da Zâmbia, que nasceu a 28 de Junho de 1988, em Monze, era missionário há seis anos, trabalhando na casa de acolhimento dos Padres Brancos, os Missionários de África.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre assinala que Moses Sense Simukonde é o “segundo elemento da Igreja” que perde a vida de “forma violenta neste país de África”, desde o início deste ano, depois do assassinato do padre Jacques Yaro Zerbo, de 67 anos de idade, por “homens armados em Soro, na região noroeste do país”, no dia 2 de Janeiro.

O Burquina Faso tem vindo a ser “palco de violência, principalmente desde 2011”, e atravessa um “período de instabilidade” devido a sucessivos golpes militares, o último no dia 30 de Setembro de 2022, “apenas oito meses após” o anterior.

Segundo a organização internacional da Igreja Católica, quando a Líbia “mergulhou na anarquia”, após a queda do regime de Gaddafi, que governou esse país de 1969 a 2011; “quase em simultâneo”, a região norte do Mali “caiu também nas mãos de grupos radicais islâmicos”.

“O ambiente de insegurança que se vive neste país não é indiferente às actividades terroristas, quase sempre com a marca do Islão radical, que sobressaltam também países vizinhos como o Níger ou a Nigéria. Em toda esta vasta região de África estão activos diversos grupos jihadistas ligados à Al Qaeda ou ao Isis, o Estado Islâmico”, explica a AIS.