Moçambique em chamas: acessos bloqueiados e reservas de sangue diminutas

Moçambique em chamas: acessos bloqueiados e reservas de sangue diminutas

Hospital Central de Maputo apelou para que os manifestantes que contestam os resultados das eleições "deixem passar" os profissionais de saúde, face ao volume de doentes que estão a chegar, alertando que as reservas de sangue são críticas.

"Por causa da situação em que os trabalhadores de saúde não estão a conseguir aceder ao Hospital Central de Maputo e às outras unidades sanitárias, o nosso apelo é para que deixem passar as ambulâncias, para que os trabalhadores de saúde possam vir tratar dos doentes", disse Mouzinho Saíde, diretor daquela unidade, em conferência de imprensa realizada esta manhã.

Reporte-se que moçambique regista o intensificar-se dos protestos após, o Conselho Constitucional proclamar na tarde de Segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que está a realizar disparos para tentar a desmobilização, com registo de pelo menos três mortos e vários feridos, segundo levantamentos provisórios de organizações não-governamentais no terreno.

Nenhum dos restantes três candidatos reconhece estes resultados eleitorais.