A República Democrática do Congo e Ruanda assinaram um acordo de paz nesta Quinta-feira em Washington, que põe fim ao longo período de conflito armado na RDC.

O documento foi assinado pelos chefes de Estado da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, e de Ruanda, Paul Kagame, numa cerimónia que contou com a presença do Presidente de Angola e Presidente da União Africana, João Lourenço, e com a mediação do Chefe de Estado dos EUA, Donald Trump.

Entre os presentes estavam também os chefes de Estado do Burundi, Quénia, Togo e Qatar, bem como o Presidente da Comissão da UA, Mahamoud Ali Youssouf.

O acordo deverá formalizar o compromisso das partes em pôr fim a mais de uma década de tensão armada no leste da RDC, um país cujas autoridades acusam o vizinho Ruanda de apoiar os rebeldes do M23.

O instrumento visa consolidar o acordo alcançado em 27 de junho deste ano, cuja implementação sofreu atrasos.

O documento assinado exige um cessar-fogo e o fim das hostilidades entre as forças de ambos os países, bem como a retirada das tropas ruandesas do território congolês, considerada por Kinshasa uma condição essencial.

O tratado prevê ainda o desarmamento de grupos armados, incluindo milícias congolesas e estrangeiras; a criação do Mecanismo Conjunto de Coordenação de Segurança (MCCS), responsável pela monitorização militar e das fronteiras; e o respeito mútuo pela integridade territorial de ambos os Estados.

Outros pontos referem-se ao retorno seguro de refugiados e deslocados internos, bem como a iniciativas para fortalecer a cooperação econômica e a integração regional.

O acordo é inspirado na Declaração de Princípios assinada em 25 de abril de 2025, que serviu de base para as negociações subsequentes.