Cinco partidos da oposição apoiam candidato único às presidenciais no Togo.

togoCinco partidos políticos da oposição togolesa criaram a Frente Republicana para a Alternância e Mudança (FRAC), para apoiar uma candidatura única de Jean-Pierre Fabre às eleições presidenciais de 4 de Março próximo, constatou a imprensa em Lomé.

Esta coligação, apresentada durante um encontro com a imprensa, designou como o seu porta-voz o ex-candidato Kofi Yamgnane, eliminado da competição por decisão judicial por orregularidade constatada no seu processo de candidatura.

A FRAC integra a Aliança dos Democratas para o Desenvolvimento Integral (ADDI), de Aimé Tchabouré Guogué, a Aliança dirigida por Dahuku Péré, o Pacto Socialista para a Renovação (PSR), de Tchessa Abi, o Sobressalto-Togo de Kofi Yamgnane e a União das Forças da Mudança (UFC), do opositor histórico Gilchrist Olympio.

Numa declaração transmitida à imprensa, o agrupamento de partidos compromete-se a realizar "o advento da mudança na nação" togolesa.

Justificando esta coligação, o porta-voz deste movimento explicou que os membros desta coligação projectam "lutar juntos a fim de obter por todos os meios uma eleição transparente" e "realizar uma campanha juntos em toda extensão do território togolês".

Eles comprometeram-se igualmente a "proteger juntos os resultados autênticos do escrutínio", a "organizar juntos a tomada do poder" e a "dirigir juntos democraticamente o Togo", indicou.

Este agrupamento seguiu-se às recentes discussões realizadas de 9 a 10 de Fevereiro corrente em Paris (França) entre alguns líderes de partidos políticos togoleses.

As eleições presidenciais estão previstas para 4 de Março no Togo mas a campanha eleitoral iniciou-se terça-feira última e terminará a 2 de Março próximo.

Sete candidatos estão em competição, dos quais o chefe de Estado cessante, Faure Essozimna Gnassingbé.

A campanha para as eleições presidenciais no Togo começou num ambiente marcado por uma vaga de desistências de candidatos da oposição alegando irregularidades diversas.

O Comité de Acção para a Renovação (CAR), segunda força política da oposição, anunciou domingo a suspensão da participação dos seus delegados nos trabalhos da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) e a renúncia do seu candidato, Yawovi Agboyibo, da corrida às presidenciais.

Posteriormente, Jean-Pierre Fabre, candidato da União das Forças de Mudança (UFC), principal partido político da oposição, anunciou também o seu abandono.

Os responsáveis dos partidos que apoiam estes candidatos, contactados pela imprensa, disseram que "não se trata dum boicote mas duma simples suspensão do processo eleitoral para a satisfação das nossas reivindicações".

Precisaram que entre as reivindicações figuram "a supressão do voto antecipado, o adiamento do escrutínio por uma duração razoável para resolver os problemas de revisão da lista eleitoral, a adopção dum boletim de garantia, a autenticidade dos boletins pela assinatura de dois membros das assembleias de voto e o consenso no seio da CEI sobre o procedimento de centralização dos resultados".

A Convenção Democrática dos Povos Africanos (CDPA), que no fim-de-semana passado anunciou a retirada da corrida às presidenciais da sua candidata Brigitte Kafui Adjamagbo Johnson, afirma que a CENI satisfez duas das suas reivindicações, mas o partido diz esperar uma decisão para iniciar a campanha.

Segunda-feira, a CENI, amputada dos membros da oposição parlamentar (CAR e UFC), anunciou à imprensa que depois de "longas discussões" os seus membros acordaram a utilização dum boletim de garantia que comporta números sequenciais.

A CENI adiantou que "o princípio da autenticidade do boletim de voto na assembleia de voto é um acervo cujos contornos serão definidos e transmitidos aos membros das assembleias de voto durante a sua formação".

Apesar destas duas exigências da oposição terem sido satisfeitas pela CENI, os três candidatos fazem pressão para que outras reivindicações encontrem solução antes do regresso ao processo.

Actualmente, apenas os pósteres do chefe de Estado, Faure Essozimna Gnassingbé, são visíveis nas ruas de Lomé com os de Nicolas Lawson do Partido para a Renovação e Redenção (PRR).