EUA rejeitam críticas por uso de 'drones'

EUA rejeitam críticas por uso de 'drones'

O Governo dos EUA rejeitou hoje as acusações feitas por grupos de defesa dos direitos humanos de que os seus ataques com aviões não tripulados ('drones'), no Paquistão e Iémen, violam a lei internacional.

Os dois grupos de defesa dos direitos humanos argumentaram que os ataques com aqueles aviões desrespeitam a lei internacional. A Amnistia considerou mesmo que os ataques feitos no Paquistão nos últimos dois anos "podem ter causado assassínios ilegais que constituem execuções extrajudiciais ou crimes de guerra".

A Amnistia, citando fontes de organizações não-governamentais (ONG) e do Governo paquistanês, quantificou a morte de civis entre 400 e 900, em mais de 300 ataques, entre 2004 e Setembro último.

Mas esta ONG sublinhou que não pode confirmar os números, uma vez que os EUA "recusam-se a divulgar informação pormenorizada sobre ataques individuais".

Já a Human Rights Watch estimou em 80 as operações dirigidas pelos EUA no Iémen desde 2009, incluindo ataques com 'drones', aviões de guerra e mísseis, causando a morte a 473 pessoas.

"Estamos a analisar esses relatórios cuidadosamente", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, na véspera de conversações entre o Presidente norte-americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif.

"Mas no que respeita à acusação de que os EUA estão a agir contra a lei internacional, discordamos fortemente", adiantou.

"O Governo tem enfatizado repetidamente o cuidado extraordinário que temos tido para garantir que as acções contra-terroristas estão de acordo com a lei aplicável", acrescentou.

Carney disse ainda que, ao decidir o uso de 'drones' contra suspeitos de terrorismo, mais do que enviar tropas no terreno ou usar outras armas, o Governo pretende "escolher o tipo de acção que deva causar menos perda de vidas inocentes".

O Departamento de Estado também já contestou os relatórios, sobre o número de vítimas civis, dizendo que existia "uma grande diferença" entre as estimativas oficiais das vítimas e os números mencionados nos documentos.

Se bem que tenha recusado divulgar os números oficiais, para proteger as suas fontes, esta porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, insistiu que a informação do Governo era mais exacta.

"A comunidade das informações tem uma série de fontes de informação, algumas classificadas, outras provenientes de plataformas muito sensíveis", disse Harf aos repórteres, durante uma conferência de imprensa muito acalorada.

Sharif defendeu hoje nos EUA o fim dos ataques com 'drones', que designou como "uma grande irritação" nas relações entre o Paquistão e os EUA, um dia antes das conversações que vai manter na Casa Branca.