EUA e Europa tentam segurar Rússia em cimeira sobre Ucrânia

EUA e Europa tentam segurar Rússia em cimeira sobre Ucrânia

Casa Branca envia recado ao presidente ucraniano no arranque de negociações em Bruxelas.

O vice-presidente norte-americano Joe Biden pediu esta segunda-feira ao presidente ucraniano Viktor Yanukovich para não declarar estado de emergência no país e para tentar trabalhar com a oposição para trazer uma solução pacífica aos conflitos que têm abalado o país.

A Casa Branca, citada na agência Reuters, disse que “os Estados Unidos condenam o uso de violência de ambos os lados e alertam que a declaração do estado de emergência irá inflamar ainda mais a situação, fechando o espaço para uma resolução pacífica”.

“Não há tempo a perder”, continuou o governante, insistindo com o presidente Yanukovich para que retraia a polícia de choque e para que trabalhe com a oposição. 

Dois altos funcionários do presidente russo Vladimir Putin e da União Europeia (UE) foram nomeados para “limpar o ar" durante as conversações em Bruxelas na terça-feira depois de meses de tensão crescente sobre a Ucrânia e disputas comerciais e energéticos.

Em vez de a normal cimeira de dois dias, a UE decidiu cortar o jantar com Putin na segunda-feira à noite, enviando uma mensagem para o líder russo de que já não se trata de " business as usual [negócios como de costume]”, com as relações no seu ponto mais baixo em anos.

A cimeira agora envolve cerca de três horas de discussões cara-a-cara entre Putin, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ao longo e depois do almoço.

Ucrânia irá dominar as negociações, depois de Moscovo ter convencido o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, a virar as costas a um acordo comercial e de associação política com a União Europeia em Novembro passado e a antes forjar laços mais estreitos com a Rússia.

Desde então, a Rússia e a UE acusam-se mutuamente de interferir nos assuntos ucranianos. Os protestos contra a decisão de Yanukovich têm dominado Kiev e outras cidades, na pior agitação desde a Revolução Laranja em 2004/2005.