Mais de cem mortos na queda do avião em Cuba

Mais de cem mortos na queda do avião em Cuba

Voo interno cubano, fretado por empresa mexicana, acaba da pior forma: com pelo menos 111 mortos. Em 2018 já há a lamentar mais de 600 vítimas mortais em acidentes aéreos

Quatro pessoas deram entrada com vida no hospital Calixto García, na sequência da queda do Boeing 737-200 que iniciava um voo interno entre a capital de Cuba e Holguín, no leste do país. Uma delas veio a falecer, enquanto as outras três, todas do sexo feminino, estavam em estado grave. O voo transportava 114 pessoas: 105 passageiros, dos quais cinco crianças, e nove membros da tripulação.

A nacionalidade dos passageiros a bordo não foi divulgada. Os meios de comunicação cubanos disseram apenas que a tripulação era estrangeira. Quase seis horas após o desastre, o órgão oficial cubano Granma confirmou que "a maioria dos passageiros era cubana, excepto uns cinco estrangeiros e a tripulação". Meios de comunicação mexicanos avançaram que a tripulação era de nacionalidade mexicana.

O voo foi alugado por uma pequena companhia aérea do México chamada Damojh à Cubana para efectuar um voo charter. Holguín é um destino turístico, pois tem algumas das melhores praias da ilha.

A empresa Cubana estava a acumular problemas nos últimos tempos: na véspera o vice-presidente cubano Salvador Valdés Mesa reuniu-se com a direção da companhia devido a queixas sobre o serviço prestado, entre voos cancelados e longos atrasos devido a problemas técnicos.

"Ouvimos uma explosão e depois vimos uma enorme nuvem de fumo pelo ar", disse à Reuters Gilberto Menendez, o proprietário de um restaurante perto do local do acidente, em Boyeros. A aeronave caiu a 200 metros de casas, num campo de cultivo de batata-doce, segundo a AFP. De acordo com testemunhos recolhidos pelo Granma, os meios de emergência demoraram 12 minutos a chegar ao local. Estas referiram ter visto o avião numa manobra de regresso à pista e que, de caminho, chocou contra cabos de electricidade.

"Eu estava a vender cerveja e pão quando, de repente, vimos o avião perder altitude e cair. Ficámos todos aturdidos", disse José Luis, de 49 anos, à AFP, que trabalha numa mercearia a uns 300 metros do desastre.

O novo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, deslocou-se ao local do acidente. "O fogo está extinto e os factos estão a ser investigados por uma comissão. Além de lamentar o ocorrido e de nos solidarizarmos com as famílias, todas as informações serão dadas. Nenhum centro populacional ou alojamento sofreu danos", disse à TV cubana.

O acidente aéreo mais recente em Cuba ocorrera em Abril de 2017, quando um Antonov AN-26, das Forças Armadas, colidiu contra a serra de Loma de la Pimienta, a 80 quilómetros da capital, e os seus oito tripulantes morreram.

Em Novembro de 2010, outro desastre ocorreu quando o ATR 72-212 da companhia aérea American Airlines entrou em colapso, quando ligava Santiago de Cuba a Havana. Em resultado desse acidente, morreram os 68 tripulantes: 40 cubanos e 28 estrangeiros de uma dúzia de nacionalidades.