Maior parte da frota de Boeings 787 fica no chão para inspeção

Maior parte da frota de Boeings 787 fica no chão para inspeção

Companhias aéreas ao redor do mundo trabalhavam nesta quinta-feira para rearrajarem voos depois que Europa, Japão e Índia se juntaram aos Estados Unidos na suspensão dos voos do jato 787 Dreamliner, da Boeing, para investigação de problemas relacionados a baterias.

O moderno avião produzido com compósitos de carbono tem sido afetado por problemas recentes que incluíram um pouso de emergência de um voo da All Nippon Airways (ANA) na quarta-feira depois que luzes de alerta indicaram problemas em uma bateria, levantando preocupações sobre o uso de baterias de íon de lítio no modelo.

A agência de aviação dos EUA, FAA, decidiu na quarta-feira manter em terra temporariamente o mais novo avião comercial da Boeing, afirmando que as companhias aéreas teriam que demonstrar que as baterias são seguras antes que os jatos possam voltar a voar. A FAA não deu detalhes sobre quando isso poderá acontecer. Outras autoridades nacionais seguiram a decisão nesta quinta-feira.

A medida é a primeira do tipo contra uma avião de passageiros norte-americano desde que o DC-10, da McDonnell Douglas, teve seu certificado suspenso após um acidente fatal em Chicago, em 1979, disseram analistas.

A Boeing vendeu cerca de 850 unidades do novo avião e 50 já foram entregues até agora. Cerca de metade destes estavam em operação no Japão. O restante está em poder de companhias aéreas na Índia, América do Sul, Polônia, Catar e Etiópia, e também nos Estados Unidos. O avião tem preço de tabela de 207 milhões de dólares.

Com a maior parte da frota do Dreamliner em terra, engenheiros e autoridades estão fazendo inspeções de urgência, principalmente sobre as baterias e complexos sistemas eletrônicos do modelo, e companhias aéreas estão tentando preencher os buracos em suas programações de voos.

Segundo a Mizuho Securities, manter todos os 787 em terra pode implicar em custo somente para a ANA de mais de 1,1 milhão de dólares por dia.

Autoridades no Japão e na Índia afirmaram que não está claro quando o Dreamliner poderá voltar a operar. Um porta-voz da Agência Europeia de Segurança da Aviação afirmou que a região vai seguir a decisão da FAA. No continente, apenas a polonesa LOT Airlines tem o 787 em sua frota. A empresa informou que vai buscar ressarcimentos por eventuais perdas junto à Boeing.