Espanha quer "resposta eficaz" europeia para gerir fluxos migratórios

Espanha quer

A União Europeia (UE) deve fortalecer os apoios políticos, operativo e financeiro aos países da sua fronteira exterior para melhor gerir fluxos migratórios e evitar "dramas incalculáveis" como os de Lampedusa, disse hoje chefe do Governo espanhol.

"Que ninguém duvide que este é um dos desafios do nosso tempo. Não podemos tolerar de nenhuma maneira que o mar que nos une e nos aproxima se converte em vala comum", disse.

Rajoy falava na sessão inaugural do 1.º Fórum Económico do Mediterrâneo Ocidental que reúne hoje em Barcelona representantes dos Governos e empresários de cinco países da margem norte do Mediterrâneo - Portugal, Espanha, França, Itália e Malta - e cinco países da margem sul - Mauritânia, Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia.

Referindo-se ao "drama de incalculáveis proporções" que se viveu em Lampedusa, com a morte de cerca de 300 imigrante ilegais num naufrágio, Rajoy afirmou que ninguém pode ficar impassível ou indiferente e que a "gestão adequada destes fluxos constitui uma obrigação moral" de todos.

Para Rajoy, a resposta "eficaz" da UE deve reconhecer que "o controlo das fronteiras exteriores "é um esforço que deve ser partilhado pelo conjunto da união, Estados-membros e agências".

Especificamente, os países na fronteira exterior "que mais responsabilidade e pressões" assumem devem receber apoio político, operativo e financeiro, num programa de cooperação e apoio "alargado a terceiros Estados que são origem ou trânsito de migrações irregulares".

Não se trata, insistiu, "de uma questão de barreiras, mas de regulação, de gestão de recursos e de efectiva participação de todos os atores sociais e empresariais".

Rajoy considerou que a experiência espanhola demonstra que "a melhoria das condições de vida nos países de origem é um factor de solução do drama" dos fluxos migratórios.

"O objectivo é que a migração seja uma opção e não uma obrigação de sobrevivência e, para isso, todos temos que mudar o nosso ângulo de trabalho", afirmou Rajoy.