Sócrates volta a tribunal para novo interrogatório

Sócrates volta a tribunal para novo interrogatório

José Sócrates volta esta segunda-feira, pelas 9h15, ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, para continuar a ser interrogado pelo juiz Carlos Alexandre.
A informação foi dada aos jornalistas pelo seu advogado, à saída do TCIC, no domingo à noite. João Araújo disse ainda acreditar que as medidas de coacção podem vir a ser conhecidas ao longo desta segunda-feira. Uma das medidas pode ser a prisão preventiva, que é decretada quando existe perigo de fuga, de perturbação do inquérito ou risco de ocultação de provas.
O ex-primeiro-ministro passou a terceira noite consecutiva no Comando Metropolitano da PSP, em Moscavide, numa cela individual, sem contacto com outros detidos.
No domingo, Sócrates deixou o Campus da Justiça, pelas 21h43. No sábado, inspectores da Autoridade Tributária e procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) realizaram buscas na casa de José Sócrates, em Lisboa. O ex-primeiro-ministro esteve no apartamento a acompanhar as diligências.
Além de Sócrates, foram detidos, na quinta-feira, o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna. Todos já foram ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre. Uma lista que não se inclui o nome de Joaquim Castro, representante da multinacional farmacêutica Octapharma, cuja detenção chegou a ser dada como certa pela comunicação social.
O antigo governante socialista foi detido na sexta-feira à noite (dia 21), quando chegava ao aeroporto de Lisboa proveniente de Paris, no âmbito de um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. É a primeira vez na história da democracia portuguesa que um ex-primeiro-ministro é detido para interrogatório judicial.
Um comunicado da Procuradoria-Geral da República esclareceu que investigação é independente de outros inquéritos, como o "Monte Branco" ou "Furacão", adiantando que teve origem numa comunicação bancária, "efectuada ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) em cumprimento da lei de prevenção e repressão de branqueamento de capitais".