OMS agradece a ministros da Saúde do G20 pelo apoio no combate à pandemia

OMS agradece a ministros da Saúde do G20 pelo apoio no combate à pandemia

 “Agradeço aos ministros da Saúde o empenho numa resposta coordenada para combater a covid-19 e o recente comunicado do G20 de apoio ao papel da OMS, esta solidariedade é vital para proteger todas as pessoas em todo o mundo, especialmente as mais vulneráveis", disse Tedros na sua conta oficial no Twitter.

Além disso, o responsável agradeceu também a vários países membros do G20, incluindo França, Grã-Bretanha, Itália, Suíça, Canadá e México, fazendo a este um agradecimento em espanhol, o reconhecimento do "papel central de liderança da OMS em relação à covid-19".

Estes agradecimentos de Tedros Adhanom Ghebreyesus surgem depois de os Estados Unidos da América terem decidido, esta semana, retirar o seu financiamento à OMS, por considerarem que esta tem feito uma má gestão da crise provocada pela pandemia.

Na reunião, o director-geral da OMS apelou também aos profissionais de saúde para que combatam a covid-19 "guiados pela ciência e pela evidência", para continuarem a apoiar a resposta global à pandemia e para trabalharem em conjunto no sentido de "aumentar a produção e a distribuição equitativa dos fornecimentos essenciais e eliminar as barreiras comerciais".

A reunião de hoje surge na sequência de uma cimeira extraordinária dos líderes do G20, em 26 de Março, na qual estes se comprometeram a aumentar a capacidade de produção de medicamentos dos seus países e a assegurar que estes estejam "amplamente disponíveis, a um preço acessível, numa base equitativa, onde são mais necessários, o mais rapidamente possível", de acordo com uma declaração.

Na altura, os líderes encarregaram os responsáveis pela pasta da saúde dos seus países de se reunirem para partilhar as "melhores práticas" de cada país e "desenvolverem um conjunto de acções urgentes" para combater conjuntamente a pandemia.

Na reunião de hoje os ministros da Saúde do G20 analisaram o impacto da pandemia de coronavírus no sector, partilharam as experiências de cada um e procuraram "soluções digitais" para coordenar, embora sem chegar a acordos concretos".

O ministro da Saúde da Arábia Saudita, país que detém a presidência do mecanismo, Taufiq al Rabia, afirmou, no início da reunião, que todos, enquanto ministros da saúde, "abriram os olhos" e descobriram "as lacunas nos sistemas de saúde e as inúmeras oportunidades de os melhorar" face à crise gerada pela Covid-19.

"Aprendemos a importância de tomar todas as medidas necessárias, tão severas quanto possam parecer, para garantir a saúde, a segurança e o bem-estar da população", acrescentou.

Aquele responsável apelou ainda aos membros do G20 para que mantenham o seu compromisso de apoiar os grupos de trabalho do mecanismo relacionados com a saúde, que se reúnem mensalmente, e aos seus homólogos para que se voltem a reunir em Julho e Outubro, antes da cimeira de Novembro, com o objectivo de "apresentar respostas eficazes" que possam ser aprovadas pelos Chefes de Estado e de Governo.

Por seu lado, o Ministro russo Mikhail Murashko salientou três pontos durante o seu discurso: apoiar os esforços da Organização Mundial de Saúde (OMS), pensar na necessidade de melhorar o mecanismo de resposta global para enfrentar este tipo de desafios e levantar o problema global do acesso aos fornecimentos médicos.

Segundo a agência noticiosa oficial russa Sputnik, Murashko salientou que "a pandemia de hoje permitir-nos-á pensar na modernização dos sistemas de saúde, especialmente para enfrentar estes desafios" no futuro.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 164 mil mortos e infectou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 714 pessoas das 20.206 registadas como infectadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.

O G20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.