
Debaixo de um calor inclemente, centenas de adeptos de todos os clubes marcaram presença à porta da Igreja Matriz de Gondomar, no "encontro onde ninguém queria estar" e em que o silêncio e o recolhimento foram a regra em homenagem aos dois irmãos tragicamente falecidos na madrugada de quinta-feira.
No plano institucional, fizeram-se notar as presenças dos presidentes da Federação Portuguesa de Futebol, do Comité Olímpico de Portugal e de vários clubes foi discreta e silenciosa.
O recolhimento foi a regra. A exceção veio pelas vozes do presidente da Liga Portugal e do selecionador Roberto Martinez. “Hoje foi uma mostra para o Diogo Jota e o André Silva que somos uma família, que estamos todos juntos e que somos Portugal”, disse o técnico nacional numa breve declaração aos jornalistas.
Antes, o presidente da Liga Portugal lamentou “esta dor que nenhuma família merece… pais que enterram os filhos, avós que enterram os netos”.
"Uma perda muito grande"
José e Fátima estão emigrados em França. São de Gondomar. Trocaram uma manhã de passeio num dia de calor para estarem presentes nesta despedida.
“É uma perda muito grande para o país e para o futebol”, lamenta José, de olhos fixos na porta do cemitério, de onde tinha acabado de sair.
Fátima completa a ideia do marido: “ainda por cima é um jogador que é da terra, que conhecemos e que é amado… mesmo no Liverpool, onde ele jogava… isso é muito forte, muito forte”.
Terminadas as celebrações fúnebres dos irmãos Diogo Jota e André Silva, celebrou-se um casamento logo a seguir na Matriz de Gondomar.
Aos poucos, as centenas de pessoas que marcaram presença para lá das grades colocadas pela polícia, junto à igreja Matriz de Gondomar, foram passando pelo cemitério de São Cosme.
E foram saindo. Discretamente.