Moscovo conclui que tripulação do avião que matou Kaczynski foi pressionada a aterrar por oficial polaco alcoolizado

moskovoDe acordo com agencia Lusa, as autoridades russas concluíram que o avião que matou o Presidente polaco Lech Kaczynski caiu em Abril porque a tripulação foi pressionada a aterrar em condições adversas por um oficial da Força Aérea que estaria alcoolizado.

Kaczynski e outras 95 pessoas, incluindo a mulher do chefe de Estado polaco e altos responsáveis polacos, morreram a 10 de Abril do ano passado quando o avião em que seguiam se despenhou quando foi tentada uma aterragem em Smolensk, no oeste da Rússia. Não houve sobreviventes.

"A presença no 'cockpit' de altos responsáveis - o chefe de estado da Força Aérea e o chefe do protocolo - e uma reacção negativa do principal passageiro (o presidente Kaczynski) constituíram uma pressão psicológica sobre a tripulação, influenciando a decisão de fazer uma aterragem em condições impróprias", declarou Tatiana Anodina, chefe do Comité intergovernamental da aviação (MAX), citada por agências noticiosas internacionais, durante uma conferência de imprensa em Moscovo.

"Foi detectado álcool - uma quantidade de 0,6 miligramas por litro - no sangue do chefe da Força Aérea", o general Andrzej Blasik, adiantou Anodina.


As autoridades russas também concluem que para o acidente do avião do Presidente polaco contribuiu uma preparação insuficiente da tripulação, e a decisão desta de aterrar apesar das advertências para as más condições meteorológicas em vez de procurar aterrar noutro aeroporto.

Anodina explicou que o avião tinha tentado aterrar apesar "de múltiplas informações sobre as condições meteorológicas indicarem que não eram adequadas".

"As causas do acidente do avião Tu-154M da república da Polónia resultaram de insuficiências significativas da organização do voo e na preparação dos membros da tripulação", sublinhou.

Responsáveis polacos tinham já reconhecido que os pilotos haviam ignorado as advertências e que o Presidente Kaczynski tinha participado na tomada de decisão de aterrar.

Segundo a transcrição das conversas no 'cockpit' publicadas em Junho, dez minutos depois de o primeiro piloto, Arkadiusz Protasiuk, ter indicado não poder aterrar devido às condições meteorológicas, o director do protocolo diplomático Mariusz Kazana, presente no "cockpit", afirmou que "o Presidente ainda não tinha decidido o que iriam fazer".

O acidente ocorreu quando o presidente polaco previa assistir às cerimónias do 70.º aniversário do massacre de cerca de 22 mil oficiais polacos prisioneiros do Exército Vermelho pela polícia secreta soviética durante a Segunda Guerra Mundial em Katyn, perto de Smolensk.