Angola e Brasil lideram emissão de CO2 na agricultura dos países lusófonos

Angola e Brasil lideram emissão de CO2 na agricultura dos países lusófonos

Relatório "Estado da Alimentação e da Agricultura 2016" pede mudança urgente na produção e consumo de alimentos; FAO quer ação rápida para que mudança climática não leve milhões de pessoas ao risco de fome e pobreza.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, informa que Angola e Brasil lideram as emissões de gases de carbono na agricultura, florestas e uso da terra entre os países de língua portuguesa.

De acordo com estimativas apresentadas, esta segunda-feira, em milhões de toneladas, o Brasil emite 441.905, seguida por Angola com 29.584.

Para a Directora do Escritório da FAO nas Nações Unidas em Nova Iorque, Carla Mucavi, o mundo  deve optar por produzir mais com menos recursos e aproveitar os resíduos para melhorar a produção.

"Temos que gerir ou manusear os recursos naturais de forma mais responsável. Vários países em vias de desenvolvimento deparam-se com este problema e até países mais desenvolvidos de forma diferente quando a gente fala de perdas de produção. Produzimos mas não conseguimos ter o produto final em condições que podiam nos permitir produzir menos."

Nas posições seguintes estão Moçambique com 17.705 milhões de toneladas, Portugal com 6.324 e Guiné-Bissau com 1.651.

Timor-Leste emite 784 milhões de toneladas de gases de carbono na agricultura, Cabo Verde 112 e na última posição está São Tomé e Príncipe 16. O Brasil também lidera na queima de resíduos de colheita com 1.932 milhares de toneladas.

O Estado da Alimentação e da Agricultura 2016, com a sigla SOFA, destaca que a forma como são produzidos e consumidos os alimentos deve mudar urgentemente.

O objectivo é reduzir a quantidade de emissões de gases de carbono produzidos pela agricultura e ajudar os agricultores a adaptarem-se às mudanças climáticas. O documento foi lançado como parte da celebração do Dia Mundial da Alimentação assinalado domingo.

A agência defende que sem uma acção rápida, a mudança climática vai colocar milhões de pessoas em risco de fome e a pobreza.