No reino do amor que serve

No reino do amor que serve

Paz no respeito do outro no Médio Oriente, justiça e reconciliação na Colômbia. Aos novos cardeais criados no Consistório de sábado, 24 de Novembro o Papa confiou as suas preocupações pela difícil situação da região médio-oriental e pelo andamento futuro do caminho de pacificação social que está a ganhar terreno no país latino-americano.

Durante a audiência de segunda-feira de manhã depois da missa celebrada na basílica de São Pedro na solenidade de Cristo Rei do universo - Bento XVI dirigiu-se aos seis purpurados, acompanhados pelos familiares e fiéis, lançando «mais uma vez um apelo urgente» a favor da paz no Médio Oriente. Onde os cristãos - desejou - «devem poder viver livremente a própria fé». E onde, portanto, é necessária uma reconciliação estável e duradoura baseada «num respeito autêntico do próximo». O Pontífice garantiu também pela Colômbia a sua oração, desejando que «os amados filhos e filhas» do país «progridam na paz e na concórdia ao longo das vias da justiça, da reconciliação e da solidariedade».

De resto – como tinha frisado na homilia da missa presidida no domingo de manhã com os novos cardeais - «os reinos da terra surgem e caem», mas o reino de Deus «nunca cai e jamais será destruído». Porque ele «não responde à lógica do domínio e da força», mas à «da verdade e do amor». De facto, Jesus «veio para revelar e trazer uma nova realeza» e «para dar testemunho da verdade de um Deus que é amor e que pretende estabelecer um reino de justiça, de amor e de paz».

Eis por que «ser discípulos de Jesus – recordou Bento XVI – significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus». Uma «responsabilidade comprometedora» para todos os fiéis, e ainda mais para os novos cardeais, chamados a «fazer emergir sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e aos seus poderes». Eis a exortação do Papa: «Tornai-vos imitadores de Jesus, o qual, diante de Pilatos, na situação humilhante descrita pelo Evangelho, manifestou a sua glória: a de amar até ao extremo, doando a própria vida pelas pessoas amadas».

Também no Angelus, recitado na praça de São Pedro no final da missa de domingo, o Pontífice voltou a propor aos crentes o convite «a prolongar a obra salvífica de Deus convertendo-nos ao Evangelho, pondo-nos com determinação no seguimento daquele Rei que não veio para ser servido mas para servir e para dar testemunho da verdade».