Propostas cristãs para a crise na Europa

Propostas cristãs para a crise na Europa

«Neste tempos em que vivemos uma crise tão profunda e dura na Europa, os cristãos querem oferecer algumas respostas à luz da herança cultural e espiritual da qual são portadores»: com estas palavras Frank-Dieter Fischbach, secretário executivo da Comissão Igreja e sociedade da Conferência das Igrejas europeias (Kek), apresentou o encontro cujo título é «European Social Market Economy», que será realizado a 14 de Dezembro, em Bruxelas, na Bélgica. Os cristãos, explicou, sentem a responsabilidade de reafirmar o seu compromisso ecuménico para ajudar a Europa a sair da crise, que não é só económica. O encontro é promovido, não só pela Kek, mas pela Comissão dos episcopados da Comunidade europeia (Comece) e pela Comissão europeia, com o objectivo de promover uma reflexão comum sobre a dimensão social do trabalho em relação à crise que a Europa está a viver. A dimensão social do trabalho é um aspecto sobre o qual se desenvolveu, sobretudo nos últimos anos, um debate no qual participaram também Igrejas, comunidades e organizações religiosas na tentativa de definir percursos capazes de reconsiderar as regras do mercado do trabalho sem prejudicar os pilares do Estado social.

O encontro faz parte de uma tradição consolidada de consultas regulares entre as Igrejas e as comunidades na Europa que, muitas vezes, assumiram a forma de seminários de estudo. Estas iniciativas representam, foi sublinhado, «um importante elemento do diálogo aberto, transparente e regular» que marcou as relações entre a Comissão Igreja e sociedade da Kek e as outras confissões na tentativa de alcançar propostas compartilhadas, com as quais oferecer soluções relativas a algumas questões que envolveram a Europa e o seu papel no mundo. Além disso, nestes últimos anos, perante a crise que atingiu a Europa, as consultas tornaram-se mais frequentes. Com efeito, a muitos pareceu claro que da crise é possível sair não só com medidas económicas ou com o fortalecimento das instituições comunitárias, mas com uma reconsideração profunda da estrutura da sociedade, na qual os cristãos estão chamados a desempenhar um papel cada vez mais activo na definição de uma cultura do acolhimento e do respeito pelos valores humanos.