Autenticidade e verdade na cultura das redes sociais

Autenticidade e verdade na cultura das redes sociais

Se usados com «equilíbrio, respeito, responsabilidade e dedicação à verdade», os network podem «reforçar os vínculos de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana». Escreve o Papa na mensagem para o quadragésimo sétimo Dia mundial das comunicações sociais, que se celebra a 12 de Maio próximo. O texto foi apresentado esta manhã, quinta-feira 24 de Janeiro, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelo arcebispo Celli e por monsenhor Tighe, respectivamente presidente e secretário do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

A reflexão de Bento XVI parte da consciência de que «o âmbito digital não é um mundo paralelo ou meramente virtual, mas parte da realidade quotidiana de muitas pessoas». Neste âmbito as redes sociais «são o fruto da interacção humana, mas elas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação». Uma «compreensão atenta» desta dimensão – adverte o Pontífice – constitui portanto «o pré-requisito para uma significativa presença» dos cristãos nas redes sociais digitais.

A quantos participam activamente nestas novas formas de comunicação o Papa pede sobretudo que não percam «a autenticidade». Porque – explica - «nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última análise comunica-se a si próprios». Portanto há necessidade do compromisso de todos para promover o «valor do diálogo, do debate racional, da argumentação lógica», evitando as insídias da «celebridade» a toda a força, as «estratégias persuasivas», da informação «sensacional».

«O desafio que as redes sociais devem enfrentar – insiste Bento XVI – é ser deveras inclusivos», de modo a poder beneficiar da «participação plena dos crentes». A eles é pedida a «capacidade de utilizar as novas linguagens não tanto para estar ao passo com os tempos, mas precisamente para permitir que a infinita riqueza do Evangelho encontre novas formas de expressão que sejam capazes de alcançar as mentes e os corações de todos». Por conseguinte, é necessário «um discernimento atento» juntamente com a disponibilidade para o diálogo e o testemunho, também para valorizar «a importância e a relevância da religião no debate público e social».

Por fim o Papa recorda o papel das redes sociais como factor de desenvolvimento humano» nos «contextos geográficos e culturais nos quais os católicos se sentem isolados».